O Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República negou nesta segunda-feira (17), por meio de nota, que faça operações para vigiar movimentos sindicais ou sindicalistas e que haja conotação política no exercício de sua competência, ao responder matéria da revista Veja que relata a suposta prisão de quatro agentes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), subordinada ao GSI, no Porto de Suape, em Pernambuco.

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Segundo a reportagem, publicada na edição desta semana, quatro agentes, disfarçados de portuários, foram presos pela Polícia Militar de Pernambuco no dia 11 de abril sob suspeita de espionar o governador Eduardo Campos (PSB), e teriam admitido que estavam cumprindo uma missão sigilosa e pedido que não fossem feitos registros oficiais da detenção.De acordo com o GSI, o Centro Integrado de Inteligência de Defesa Social de Pernambuco (Ciids), contatado pela Superintendência da Abin no estado, informou desconhecer e não ter registro sobre a detenção de agentes da agência no Porto de Suape, relatado na reportagem da Veja.O GSI informou, na nota, que todas as atividades externas realizadas por servidores da Abin são controladas oficialmente e que não se manifesta publicamente sobre nomes de servidores porque a legislação determina a preservação de suas identidades.

Sobre a informação de que um dos agentes da superintendência da Abin citados na reportagem também é vereador, a nota cita o Inciso 3º do Artigo 38 da Constituição Federal, que "garante a qualquer servidor público da administração direta, autarquia e funcional, investido no mandato de vereador, havendo compatibilidade de horários, perceber as vantagens de seu cargo, sem prejuízo de remuneração do cargo eletivo".

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Na nota, o Gabinete de Segurança Institucional alega ainda que, diferentemente do que informa a reportagem da revista, a ligação telefônica entre o ministro do GSI, general José Elito, e o governador Eduardo Campos, foi uma iniciativa do militar.

As atividades da Abin no Porto de Suape haviam sido relatadas em matéria do jornal O Estado de S. Paulo, do dia 4 de abril. Ouvido à época na Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência do Congresso Nacional, o general José Elito negou a vigilância ao movimentos sociais e alegou que a preocupação do governo era a paralisação total dos portos do país.