O presidente do PT, Rui Falcão, abriu seu discurso em plenária realizada em São Paulo pedindo uma aclamação ao ex-presidente da Petrobras José Sergio Gabrielli - que também está no palco. “Gabrielli colocou a Petrobras entre as maiores empresas do mundo e agora está sendo injustamente perseguido”, disse Falcão. Gabrielli foi convocado, duas semanas atrás, para depor na CPI da Petrobras na Câmara dos Deputados e chegou a ser ofendido por parlamentares.
Líder do MST diz que trabalhadores rurais são pacatos demais
Líder do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra), Gilmar Mauro participou nesta terça-feira (31) de ato em defesa da Petrobras. Diante do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ele lembrou a reação negativa às declaração do petista de que convocaria o exército da organização em defesa do governo e disse que os trabalhadores do campo são “pacatos demais” diante de 500 anos de exploração. “Não haverá golpe neste país sem resistência de massa das ruas. Nossos movimentos não são formados por covardes”, disse ele ao participar de ato realizado por movimentos sociais e sindicais em defesa do governo e da Petrobras.
Pela manhã, deputados federais do PT decidiram apresentar na semana que vem um pedido para afastamento do tesoureiro do partido, João Vaccari Neto. Mantida a decisão, essa será o primeiro pedido formal para que Vaccari deixe o cargo.
Falcão repetiu discurso feito na apresentação de um manifesto do partido nesta segunda-feira, 30. Disse que o PT, a esquerda e movimentos sociais estão sendo injustiçados por parcelas da população que “não aceitam” o projeto de desenvolvimento que tirou milhões da miséria. Disse que a sociedade tem de estar atenta ao avanço de forças da direita conservadora. “Devemos nos unir contra essa ameaça”, bradou.
Ele repetiu ainda a argumentação de que o PT é “criminalizado” em meio às denúncias de corrupção na Petrobras, pois para outros partidos o dinheiro é visto como doação e para o PT como propina. Falcão reforçou também a defesa da reforma política, tributária e da mídia. E falou dos projetos que regulamentam direito de resposta, que promovem mudanças no fator previdenciário e reafirmou que o PT luta pelo fim do financiamento empresarial de campanhas. Sobre o direito de resposta disse ser uma solução importante enquanto a mídia não for democratizada.
Além de Falcão e Gabrielli, estão no palco para a manifestação em defesa da Petrobras, da democracia e de direitos trabalhistas, o ex-presidente Lula, o presidente do PCdo B, Renato Rabello, o presidente estadual do PT em São Paulo, Emídio de Souza, o secretário municipal de Direitos Humanos e ex-senador, Eduardo Suplicy, entre outras lideranças partidárias e sindicais.
As falas que precederam a de Rui Falcão incluíram manifestações de sindicalistas contra o “monopólio da mídia”, com críticas mais duras contra a Rede Globo - que foi lembrada pela manipulação do debate entre Lula e Fernando Collor em 1989 e pela cobertura considerada omissa do movimento das Diretas Já. Jornais Folha de S. Paulo e Estado de S. Paulo também foram citados entre os veículos “conservadores”.
As manifestações, aplaudidas e recheadas de gritos de guerra, também exaltaram a luta contra a “direita fascista” que avança no País, segundo os manifestantes. Houve falas pela reforma política e pela maior participação das mulheres no poder, inclusive com gritos de “No meu País eu boto fé, porque ele é governado por mulher”, em apoio ao governo Dilma.
Em paralelo aos discursos de apoio à presidente, contudo, houve diversas manifestações pela manutenção de direitos trabalhistas e críticas às medidas de ajuste fiscal que propõem reduzir benefícios trabalhistas e previdenciários.