O Gaeco encaminhou ao Procurador-Geral de Justiça do Estado, Gilberto Giacoia, os trechos da delação premiada em que o ex-inspetor regional de fiscalização da Receita Estadual em Londrina, Luiz Antônio de Souza, cita políticos com mandatos eletivos, dentre os quais o governador Beto Richa (PSDB) e o deputado estadual Tiago Amaral (PSB). Por causa dos mandatos eletivos, os dois têm direito ao foro privilegiado e não podem ser investigados pelo Gaeco de Londrina. No caso do governador, o foro é o Superior Tribunal de Justiça (STJ).
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Leia a matéria completaEntre as situações citadas pelo delator estão o recebimento de R$ 2 milhões em propina para a campanha de Richa à reeleição, no ano passado. Segundo Souza, o dinheiro da propina teria sido entregue ao ex-inspetor geral de fiscalização da Receita Estadual, Márcio de Albuquerque Lima e dele foi para Luiz Abi Antoun, primo em sétimo grau de Richa, distante no Código Civil, mas muito próximo politicamente.
Uma única empresa teria dado uma propina de R$ 800 mil para a campanha, em troca do uso de créditos fictícios de ICMS, dinheiro que foi para o caixa da reeleição. O PSDB tem negado sistematicamente que a campanha da reeleição tenha recebido recursos oriundos de propina e que existisse um caixa dois.
No caso de Amaral, ele é citado numa situação em que, como advogado, teria entregue propina de uma empresa para acertar a sua situação com a Receita Estadual.
Os casos de políticos com foro privilegiado precisam ser mandados para o Procurador-Geral de Justiça porque o Gaeco não têm competência para investigá-los.
Outro lado
A assessoria de Amaral disse que ele não pode se pronunciar sobre o assunto porque só conhece o caso pela imprensa.
A assessoria do PSDB reafirmou que não houve aporte de dinheiro ilegal para a campanha de Richa.
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