Pedro Taques cobra quebra de sigilo da Delta Nacional
No início da sessão da CPI do Cachoeira nesta quinta-feira (23), o senador Pedro Taques (PDT-MT) disse que saíram da conta do CNPJ nacional da Construtora Delta R$ 12 milhões para a Alberto e Pantoja e Brava Construções, empresas de fachada usadas pelo grupo do bicheiro Carlinhos Cachoeira. Segundo o senador, foi identificado um pagamento por uma dessas empresas de R$ 200 mil para o escritório de advocacia do ex-procurador-geral da República Geraldo Brindeiro Moraes, Castilho e Brindeiro.
Pedro Taques destacou que esses novos elementos reforçam a necessidade de antecipar a sessão administrativa para votar a quebra do sigilo bancário da Delta Nacional. "Isso vem a fundamentar a necessidade de antecipar a votação da quebra de sigilo bancário. O todo é mais importante que a parte", disse o senador. "Requeiro a antecipação da reunião administrativa. Essa CPI não pode ser a CPI chapa branca", completou.
O ex-vereador Wladimir Garcez (PSDB) afirmou nesta quinta-feira (24), em depoimento na CPI do Cachoeira, que comprou a casa do governador de Goiás, o tucano Marconi Perillo, para tentar lucrar em uma futura revenda. O imóvel, avaliado em R$ 1,4 milhão, foi comprado com três cheques nominais de Leonardo de Almeida Ramos, sobrinho do contraventor Carlinhos Cachoeira.
Garcez disse que, ao saber que Marconi gostaria de vender a casa situada em um condomínio de luxo em Goiânia, quis comprá-la, mas não dispunha de recursos. O imóvel estava, na avaliação dele abaixo do valor de mercado. O ex-vereador afirmou que pediu ao ex-diretor da Delta Claudio Abreu e à Cachoeira o dinheiro.
Na versão que ele apresentou à CPI, Claudio lhe repassou os três cheques para pagar o governador. Ele disse que não sabia quem eram os emitentes dos cheques. Garcez contou que repassou os cheques a um assessor de Perillo, de nome Lúcio.
O ex-vereador falou ainda que tentou, sem sucesso, vender a casa por um valor maior. Foi aí que Claudio Abreu passou a pressioná-lo para pagar a dívida. Ele então vendeu o imóvel pelo mesmo valor que comprou ao empresário Walter Paulo, dono de uma faculdade no Estado. Recebeu dele uma comissão de R$ 100 mil.
Garcez disse ter ficado com medo de ser demitido por Claudio Abreu que, além de ter emprestado o dinheiro, o empregava na regional da Delta do Centro-Oeste por R$ 20 mil mensais. O ex-vereador afirmou que prestava consultoria para a construtora. Ele disse também que ganhava outros R$ 5 mil mensais para prestar consultoria ao laboratório Vitatan, da família Cachoeira.
"Não faço parte de nenhuma organização criminosa", afirmou Garcez, ressaltando que orientava, "sempre do ponto vista institucional", a construtora em contatos com governos estadual, municipal e federal.
O ex-vereador disse que jamais se encontrou com Perillo na sede do governo estadual para lhe entregar dinheiro, como sugerem os grampos feitos pela Polícia Federal na Operação Monte Carlo. Ele disse que a gravação foi montada e sustenta que toda a apuração contra ele é ilícita por ter investigado ilegalmente um senador sem que fosse no Supremo Tribunal Federal (STF).
Depois da exposição inicial, Garcez anunciou que não deve responder às perguntas feitas pelos parlamentares da CPI, mas somente esclarecer eventuais dúvidas sobre o que ele já falou.
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