O assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, amenizou neste domingo (2) o conflito diplomático entre o Brasil e a Itália devido à decisão do governo brasileiro de não extraditar o ex-ativista italiano Cesare Battisti. Segundo ele, as relações entre os dois países sofrerão apenas "um pequeno constrangimento" e será superado por meio do diálogo. Garcia reiterou ainda que o governo brasileiro não se preocupa com a possibilidade que o caso seja levado para o Tribunal de Haia, na Holanda.
"[A relação Brasil e Itália] poderá sofrer um pequeno constrangimento durante um período brevíssimo. Mas eu destacaria que a própria presença do embaixador da Itália, Gherardo La Francesca, que ontem esteve na recepção da presidenta Dilma, é um indício que a disposição é muito mais para o diálogo, para uma solução diplomática", disse.
Há informações divulgadas hoje pela imprensa italiana de que governo da Itália pretenda levar o pedido de extradição de Battisti para ser julgado no Tribunal de Haia. Garcia afirmou, no entanto, que a iniciativa não preocupa o governo brasileiro. "Não preocupa, é uma decisão soberana que o governo brasileiro tomou, com uma forte fundamentação jurídica. O país é soberano para decidir, então não traz preocupação alguma", disse.
Desde 2007, Battisti está preso no Brasil e provisoriamente é mantido na Penitenciaria da Papuda, no Distrito Federal. Na Itália, o ex-ativista é condenado à prisão perpétua sob acusação de participação em vários crimes. Battisti nega todas as acusações. No último dia de governo, o então presidente Luiz Inácio Lula decidiu que o italiano não fosse extraditado. Mas o caso ainda será analisado pelo Supremo Tribunal Federal.
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