Irritado com o apoio dado pelo líder do PMDB na Câmara, Wilson Santiago (PB), à convocação da Executiva do partido, o ex-governador do Rio Anthony Garotinho tenta impedir que o líder vote a favor do adiamento das prévias e começou um movimento para afastá-lo do cargo. O curioso é que o mesmo Garotinho ajudou a eleger Santiago.
- Quem põe, tira - avisou o ex-governador em tom desafiador no meio da tarde.
A ala governista do PMDB garantiu que fosse convocada para esta quinta-feira, às 11h, a reunião da Executiva Nacional que deverá reabrir a discussão sobre a conveniência da realização das prévias no próximo domingo para escolha do candidato do partido à Presidência, mas o grupo pró-candidatura própria tenta impedir o adiamento.
No início da noite, o senador Mão Santa (PMDB-PI) anunciou da tribuna do Senado que haviam sido coletadas 48 assinaturas na bancada da Câmara em apoio da nomeação do deputado Waldemir Moka (MS) - que seria ligado ao senador Ramez Tebet (PMDB-MS), contrário a qualquer aliança com o PT - para o lugar de Santiago. Os governistas, no entanto, não pretendem aceitar pacificamente a substituição do líder da Câmara. Eles lembram que uma lista dessa só tem efeito depois de conferidas as assinaturas e da decisão ter sido lida em plenário.
Além disso, os governistas ameaçavam apresentar nesta quinta-feira novas assinaturas, só que a favor da permanência de Santiago. E dessa forma garantir que ele possa votar na reunião da Executiva a favor do adiamento das prévias. A contabilidade do grupo indicava o apoio seguro de pelo menos oito integrantes da Executiva e a dependência de pelo menos uma ausência para assegurar o último voto necessário para derrubar as prévias de domingo.