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Posto de Maringá em que Ênio Verri gastou R$ 23,6 mil: administrador do estabelecimento é filiado ao PT, assim como o deputado | Ivan Amorin/ Gazeta do Povo
Posto de Maringá em que Ênio Verri gastou R$ 23,6 mil: administrador do estabelecimento é filiado ao PT, assim como o deputado| Foto: Ivan Amorin/ Gazeta do Povo

Comparativo

Deputados gastaram mais em 2012, ano eleitoral

Em seis meses, os deputados estaduais já gastaram R$ 4,8 milhões em verbas de ressarcimento. Em média, cada um dos 54 gabinetes teve despesas de R$ 89,7 mil no primeiro semestre. Apesar de alto, o número representa uma queda em relação a 2012, período que teve eleições. No primeiro semestre do ano passado, os gastos foram de R$ 5,1 milhões. O primeiro semestre de 2012 também foi o período mais econômico da Assembleia desde os primeiros seis meses de 2011, quando foram gastos de R$ 3,8 milhões. No segundo semestre de 2011, as despesas chegaram a R$ 5,9 milhões. No segundo período de 2012, R$ 5,7 milhões foram gastos.

O principal gasto em 2013 foi justamente combustível: R$ 1,2 milhão, o equivalente a 24,8%. A alimentação, com R$ 747 mil, é o segundo maior custo, consumindo 15,3%. O pagamento de serviços de divulgação dos mandatos é o terceiro item mais pesado na conta: 10,5% do total, o equivalente a R$ 516 mil. Os deputados estaduais contam com R$ 31,5 mil para o custeio do gabinete. Disso, R$ 3,7 mil são a cota de telefone e outros R$ 10,6 mil, de transporte aéreo e terrestre. Essa parte da verba não consta do Portal de Transparência da Assembleia. Sobram R$ 17,2 mil de verbas de ressarcimento.

Campeões

É difícil destacar um único "campeão" de gastos no geral, já que uma parcela significativa dos deputados foi ressarcido com valores próximos ao teto, de R$ 103,2 mil. Quem aparece no topo da lista é Péricles de Mello (PT), que gastou R$ 102,9 mil, mas outros 16 estão na faixa entre R$ 100 mil e o teto. O segundo colocado, Evandro Júnior (PSDB), gastou apenas R$ 8 a menos e o terceiro, Nelson Garcia (PSDB), apenas R$ 60.

Banco de dados

Veja mais sobre os gastos dos deputados estaduais do Paraná no site www.gazetadopovo.com.br/dados

No primeiro semestre de 2013, os 54 gabinetes da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) já gastaram R$ 1,2 milhão em combustíveis. Esse valor seria suficiente para comprar cerca de 436 mil de litros de gasolina, considerando o valor do combustível em R$ 2,75 por litro. A quantidade é suficiente para um carro popular dar mais de cem voltas em torno da Terra, pela linha do Equador, ou ir à Lua quase 12 vezes. Todo esse valor foi pago com verbas de ressarcimento – ou seja, pelo contribuinte.

INFOGRÁFICO: Confira os gastos dos deputados com combustível

O deputado que mais gastou com combustível no período foi Artagão Júnior (PMDB). Ele teve despesas de R$ 30,9 mil. Outros 20 parlamentares gastaram mais do que R$ 25 mil. Em média, cada gabinete gastou R$ 22,4 mil, o que dá R$ 3,7 mil mensais. Dentre os deputados que exerceram o mandato completo no primeiro semestre, apenas dois gastaram menos que R$ 10 mil com combustível – Jonas Guimarães (PMDB) e Valdir Rossoni (PSDB).

Notas altas

Algumas notas fiscais para justificar o gasto com combustível chamam a atenção por seu alto valor. A deputada Marla Tureck (PSD), por exemplo, apresentou oito notas acima dos R$ 1 mil em dois postos de Campo Mourão – o Tio Patinhas e o União 3. Em apenas uma nota, de março, a deputada gastou R$ 3 mil – o suficiente para encher 30 tanques de gasolina.

A direção do Posto Tio Patinhas informou que os carros da deputada e de assessores dela abastecem normalmente e são fornecidos cupons fiscais. Depois é emitida uma nota fiscal com o valor consumido no mês. Já Francisco Brambilla, diretor do posto União 3, disse que a deputada não abastece mais no local e que esses gastos se referiam a vários abastecimentos no mesmo mês. A reportagem procurou a deputada, mas não obteve resposta.

Outros três deputados também apresentaram notas acima dos R$ 1 mil: Caíto Quintana (PMDB, duas notas), Luiz Accorsi (PSDB, quatro notas) e Waldyr Pugliesi (PMDB, três notas).

Em outros casos, chama a atenção a constância com que o mesmo posto é usado. O deputado Ênio Verri (PT), por exemplo, gastou R$ 23,6 mil em um único posto de Maringá – de um total de R$ 28,2 mil. Ele diz que esse gasto é feito principalmente por seus agentes políticos, que atuam na região. "Como trabalho em uma região grande, tenho agentes políticos, e a maioria atua em Maringá", afirma.

O posto, chamado Coope­rativa de Consumo do Paraná, é gerido por José Eudes Ja­nuário, que é filiado ao PT e foi secretário de Maringá juntamente com Verri. O deputado diz que não vê problema algum nisso. "Abasteço lá porque são meus companheiros. Eles fazem um trabalho bonito, de cooperativa. Não vejo qualquer problema ético", afirma.

Os deputados Edson Praczyk (PSC), Péricles de Mello (PT) e Plauto Miró (DEM) também concentraram seus gastos em um único posto, em suas bases eleitorais.

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