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Nas duas ações cíveis constam irregularidades praticadas na Assembleia e já mostradas nos últimos dias na Gazeta do Povo. Os promotores mostraram que a presidência, na época de Nelson Justus, chegou a ter dez vezes mais funcionários do que o limite permitido. Quando assumiu, o gabinete tinha 21 funcionários e depois saltou para 184 – sendo que poderia ter, no máximo, 18. O custo mensal do gabinete com folha de pagamento passou de R$ 83 mil, antes da posse de Justus, para até R$ 1 milhão.

As investigações também mostraram que Luiz Alexandre Barbosa, homem de confiança de Justus, chegou a fazer, num único dia, 17 saques de contas correntes distintas de funcionários da Assembleia, no prazo de quatro minutos, totalizando R$ 88 mil. Um caixa bancário reconheceu, em depoimento, que, depois de proibir que Barbosa movimentasse contas em nome de outros servidores, muitos funcionários sacavam o salário e entregavam para Barbosa ainda na porta do banco. A letra de Barbosa constava em centenas de cheques, de vários funcionários lotados na presidência. Os promotores mostraram também que os salários de servidores fantasmas eram usados para comprar veículos, com pagamento em “dinheiro vivo”, como uma das formas para tentar legalizar os recursos ilegais.

O esquema de desvio de recursos públicos veio à tona com a série Diários Secretos, divulgada pela Gazeta do Povo e pela RPC em 2010. A nomeação dos servidores era feita por meio de Diários Oficiais que ficavam ocultos – o que impedia que a sociedade pudesse fiscalizar o cumprimento da jornada dos servidores. Desde então, 14 pessoas envolvidas em irregularidades na Assembleia Legislativa foram condenadas em função das denúncias. Uma dezena de ações ainda tramita na Justiça. (KB)

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