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O ministro da Fazenda, Guido Mantega, negou que o nível de gastos federais, impulsionado pelos investimentos, ponha em risco o equilíbrio das contas públicas. Segundo ele, a qualidade das despesas está melhorando e contribuindo para que o país cresça sem pressionar a inflação.

Mantega comentou o relatório Economia Brasileira em Perspectiva, publicação com projeções para a economia divulgada nesta terça-feira (10) pelo Ministério da Fazenda. De acordo com a publicação, o nível de investimento em relação ao custeio aumentou em cinco vezes nos últimos sete anos.

Se forem comparados os gastos de investimento e de custeio administrativo, a relação saltou de 26,6% em 2003 para 108,6% em 2010. "Antigamente, o governo investia apenas um quinto do que gastava com o custeio. Agora, a relação está próxima de um para um e os investimentos têm leve vantagem", destacou o ministro.

Mantega ressaltou ainda que os gastos com pessoal estão diminuindo em relação ao Produto Interno Bruto (PIB). "Alguns diziam que os aumentos com o funcionalismo [concedidos nos últimos dois anos] eram explosivos e que causariam desajuste nas contas públicas. Na verdade, essas despesas estão sob controle vão se estabilizar entre 4,6% e 4,7% do PIB nos próximos anos", explicou.

Para o ministro, o importante é que as despesas de pessoal não ultrapassem 5% do PIB. De acordo com o relatório, depois de terem subido para 4,83% do PIB em 2009, esses gastos cairão para 4,66% em 2010 e 4,67% em 2011.

Conforme o relatório, apesar do aumento dos gastos, a poupança pública encerrará o ano positiva em 0,7% do PIB, no maior nível desde a década de 80.

O indicador também havia ficado positivo em 0,2% em 2008 e registrou déficit de 1% em 2009. Segundo Mantega, se não fosse a crise econômica, o país também teria obtido poupança pública positiva no ano passado.

"O Brasil caminha na direção da geração de poupança pública. A tendência é que esse processo continue nos próximos anos, o que mostra a solidez das contas públicas brasileiras", alegou. A poupança pública corresponde à arrecadação, subtraídos todos os gastos e somados os investimentos.

"No geral, economia brasileira muito bem. Cresce de forma saudável, sustentável. Gerando emprego com contas equilibradas", disse o ministro.

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