A Gaviões da Fiel confirmou o favoritismo e fez a melhor apresentação do desfile do Grupo de Acesso das escolas de samba de São Paulo na madrugada desta segunda-feira (19). A escola foi rebaixada no ano passado, quando ficou em último lugar no Grupo Especial. Outras duas agremiações que caíram em 2006, Leandro de Itaquera e Camisa Verde e Branco, completam o trio de favoritas na disputa por apenas duas vagas na elite do carnaval paulistano.
Escola mais esperada da noite, a Gaviões foi a quinta a desfilar e entrou à 1h30, com o sambódromo lotado. Após uma apresentação tecnicamente perfeita, a diretoria comemorou antecipadamente a conquista do campeonato ao chegar na dispersão. "É campeão!", gritavam os diretores.
O desfile terminou a dois minutos do tempo máximo de uma hora estabelecido pelo regulamento. "Eu já tinha cantado a bola. A gente ia terminar com 58 ou 59 minutos", disse o diretor de harmonia Carlos Tadeu Gomes, o Miranda. A apresentação foi em homenagem ao padre jesuíta José de Anchieta, fundador da cidade de São Paulo.
Antes da Gaviões, a Leandro de Itaquera, terceira a desfilar, impressionou o público com seus carros alegóricos - especialmente o abre-alas, equipado com um leão articulável e que rugia forte. A escola comemorou 25 anos na avenida relembrando no Anhembi antigos enredos de sucesso.
A Camisa Verde e Branco fez o penúltimo desfile do Acesso já na madrugada de segunda-feira (19). Ela despontou com uma apresentação empolgante sobre a Rua 25 de Março, o principal centro de comércio popular de São Paulo.
A escola inundou o Anhembi de verde e amarelo e colocou um enorme globo azul como o da bandeira nacional com os dizeres "25 de Março é progresso". Até a roupa de Papai Noel foi pintada de verde, em um dos carros alegóricos e na ala infantil. Um enorme carro representava os cacarecos vendidos na rua, famosa pelos preços baixos - uma fantasia inclusive representava as promoções, e tinha como estampa a expressão "bom, bonito e barato".
Os desfiles do Grupo de Acesso começaram com atraso de 20 minutos. A forte chuva e os ventos que atingiram a capital na tarde de domingo (18) atrasaram os últimos ajustes dos carros e nem a primeira escola a se apresentar no Anhembi, a Flor de Liz, ficou pronta no horário.
A agremiação só entrou na avenida às 21h20, com o enredo "Vai Brasil festeiro dançando o ano inteiro e revivendo o folclore brasileiro". Estreante no Acesso, a escola empolgou o ainda pequeno público do Anhembi, falando do folclore de diversas regiões brasileiras e prestando homenagem aos cem anos de frevo.
Em seguida, a Imperial apresentou o enredo "Brazil com Z", sobre a influência européia no Brasil e a luta do povo negro contra a escravidão no país. O samba-enredo fácil de decorar e a bateria comandada por Mestre Divino emocionaram a arquibancada.
Quarta a entrar na avenida, a Unidos de São Lucas passou por maus bocados. O último carro da escola chegou a ultrapassar a linha que marca o início do desfile, mas emperrou e teve que ser retirado de ré quando já haviam passado 51 minutos de apresentação. Além disso, a São Lucas será penalizada em um ponto por desfilar com 29 baianas uma a menos que o exigido.
Homenageando a escola carioca Mangueira, a Morro da Casa Verde foi a sexta a desfilar. Como entrou depois da Gaviões, o público já tinha começado a se dispersar. A escola falou sobre preciosidades com um desfile todo rosa e verde - cores tradicionais da escola e da homenageada.
"Cana-de açúcar, o doce sabor do prazer" foi o enredo da Barroca Zona Sul, que entrou no Anhembi logo depois da Morro, por volta das 3h30. A escola fez um desfile didático, relembrando o período colonial e expondo fantasias com os subprodutos da cana uma delas inclusive fazia alusão à "marvada pinga".
A Dragões da Real, que representa uma das torcidas organizadas do São Paulo, entrou na avenida para falar de seguros. Seguro-desemprego e seguro-saúde foram abordados no Anhembi.
A Acadêmicos do Tatuapé fez uma apresentação simples, que não empolgou nem mesmo o presidente, Roberto Munhoz. De braços cruzados na dispersão, ao lado do cronômetro, ele passava instruções aos membros da harmonia e definiu como apenas "bom" o desfile da escola. O sol já tinha nascido quando a festa foi encerrada, às 7h20.
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