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Durante a reunião em que Luiz Inácio Lula da Silva decidiu afastar provisoriamente a direção da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência, general Jorge Armando Félix, órgão ao qual a Abin é subordinada, colocou o cargo à disposição do presidente. Mas, segundo relato de um participante da reunião de coordenação política, Lula afirmou que não era preciso e colocou nas mãos de Félix a decisão de definir quem deixará a cúpula da Abin.

Lula preferiu não apontar nomes. Félix disse também ao presidente estar convencido de que funcionários da agência não estão envolvidos nos grampos ilegais, apontados em matéria da revista Veja desta semana.

O afastamento provisório não significa que o governo já considere a Abin culpada no caso, de acordo com fonte do Palácio do Planalto. Em nota divulgada pelo Presidência da República, a justificativa para a saída da direção é "assegurar a transparência do inquérito".

O governo não teria também evidências de que os ministros de Relações Institucionais, José Múcio, da Casa Civil, Dilma Rousseff e o chefe de gabinete de Lula, Gilberto Carvalho, também teriam sido alvos das interceptações telefônicas.

A reportagem diz ter provas de que a Abin teria grampeado telefonema entre o presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, e o senador Demóstenes Torres (DEM -GO), no dia 15 julho. O senador e o ministro da Corte confirmam o teor da conversa.

Pela manhã, Gilmar Mendes foi ao Planalto cobrar providências do presidente Lula. Depois, o senador Demóstenes Torres e o presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), outro suposto alvo de escutas telefônicas, também se reuniram com Lula para exigir explicações.

Além de afastar a cúpula da Abin, Lula determinou que a Polícia Federal investigue o caso e que o Ministério da Justiça elabora projeto de lei, em parceria com o Supremo, com penas mais rígidas para agentes públicos e/ou qualquer pessoa que realizar escutas telefônicas clandestinas.

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