O comandante do Exército, general Francisco Albuquerque, negou abuso de poder no episódio do embarque dele e da mulher num vôo da TAM de Campinas para Brasília na última quarta-feira. Em entrevista à rádio CBN, o general afirmou que tomou todos os procedimentos de um cidadão comum para embarcar. Ele disse ainda não saber que o avião já taxiava na pista e que a TAM tinha oferecido benefícios para passageiros que cedessem o lugar para ele e a mulher.
O General explicou que cumpriu todos os prazos previstos pela companhia e que teria, inclusive, confirmado sua passagem 12 dias antes da data do vôo.
- Eu expliquei para a empresa que tinha um compromisso inadiável em Brasília. Quando vi que não tinha como eles resolverem, procurei os órgãos responsáveis e coloquei meu problema. Depois disso eu fiquei aguardando uma solução. Eu não sabia qual era a política da empresa para resolver essa situação. Posteriormente, fiquei sabendo que a empresa tinha procurado dois passageiros para que eles abdicassem a viagem. Eu não pedi para ninguém fazer isso. A solução, quem deu foi a própria companhia - disse.
O comandante do Exército afirmou que sua bagagem chegou a ser etiquetada e recolhida pela TAM, pois uma pessoa teria feito o check in para ele cerca de uma hora antes do vôo, mas que teria recebido a bagagem de volta quando chegou ao aeroporto. Ele disse que chegou a ser orientado pela empresa e procurar outra companhia de aviação.
- Foi exatamente o que nós fizemos, mas como esse período tem uma procura muito grande, retornei a TAM.
O general Francisco de Albuquerque foi recebido com vaias pelos demais passageiros ao embarcar em Campinas no vôo JJ-3874 da TAM na Quarta-feira de Cinzas. O comandante do Exército tentou se explicar, fazendo um discurso em pé no corredor da aeronave.
- Houve um constrangimento e não poderia ser diferente. Eu me coloco no lugar desses passageiros. Eu entendo, os passageiros tinham razão em reclamar, o que não estava certo era eu perder aquele vôo quando tinha um compromisso inadiável. Outras pessoas estavam na mesma situação que eu - reconheceu o general.
Enfrentando comentários jocosos dos passageiros, o general alegou que tinha um compromisso importante em Brasília. Depois de se explicar, despediu-se dos passageiros com um "até uma próxima vez". Do fundo do avião, ouviu protestos:
- Eu também tenho compromisso em Brasília - gritou um passageiro indignado com a espera de 40 minutos no Aeroporto de Viracopos.
A irritação começou quando o comandante do vôo anunciou que o avião, que já estava em procedimento de decolagem, voltaria para que "uma autoridade, um ministro embarcasse". Os passageiros começaram a gritar que era um absurdo e que, se fosse para esperar qualquer um deles, a aeronave não voltaria. A comissária-chefe começou a negociar com os passageiros para que dessem lugar ao general e sua mulher, Maria Antonina de Albuquerque.
Depois de quase 20 minutos, um casal concordou em ceder lugar. Em compensação pela gentileza, segundo passageiros que estavam próximos aos dois, eles receberiam da TAM passagens de ida e volta para Paris. Os passageiros ainda esperaram mais 20 minutos pelo casal Albuquerque.
Maria Antonina foi a primeira a enfrentar as vaias e gritos. Ficou desconsertada e imediatamente se sentou. A recepção ao general foi semelhante.
Em nota divulgada nesta terça-feira, o Exército afirma que general Francisco de Albuquerque, em nenhum momento, valeu-se de prerrogativas do cargo para fazer retornar um avião da TAM que já taxiava na pista do Aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP), para embarcar com a mulher, Maria Antonina de Albuquerque. A denúncia sobre o episódio foi protocolada segunda-feira na Comissão de Ética, que terá cinco dias úteis para ouvir o comandante do Exército. O caso deverá ser examinado pelos integrantes da comissão na reunião do dia 20 deste mês.
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