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O ex-presidente do PT José Genoino está repetindo nesta quinta-feira no Conselho de Ética da Câmara as mesmas coisas que disse quando depôs, terça-feira, na CPI do Mensalão - que não sabia da existência de caixa 2 nas campanhas do PT, que não acompanhava os empréstimos tomados pelo ex-tesoureiro Delúbio Soares, que não teve reuniões a sós com o empresário Marcos Valério e que o PT nunca deu dinheiro em troca de apoio político.

Genoino foi convocado pelo deputado Júlio Delgado (PSB-MG), relator do processo de cassação do mandato do deputado José Dirceu (PT-SP), como testemunha de defesa. Ele afirmou que o convívio com José Dirceu durante o atual governo foi um período intenso, dedicado à "viabilização de um projeto de governo comprometido com a mudança e com a transformação do país, vivendo a contradição entre os nossos sonhos e objetivos e a realidade de realizar concretamente esse sonho".

Genoino disse conhecer o ex-ministro há 37 anos. Contou que teve com ele, ao longo desse tempo, "uma relação política respeitosa, franca e de um militante político que sempre batalhou por idéias, por causas e por objetivos, seja na organização do PT, seja como ministro-chefe da Casa Civil".

Genoino declarou que só soube pela imprensa de muitos detalhes sobre as operações de empréstimo feitas por Delúbio Soares. Além disso, afirmou que nunca foi à sede do Banco Rural e nunca telefonou ao BMG ou ao Banco Rural, o que, segundo ele, pode ser comprovado pela quebra de seus sigilos bancário e telefônico.

Em relação aos dois empréstimos, do BMG e do Banco Rural, tomados com seu aval, Genoino afirmou que, como presidente do PT, assinava as contas em confiança irrestrita ao tesoureiro. De acordo com ele, o conhecimento sobre a situação desses empréstimos chegou ao diretório nacional somente na prestação de contas, e não na tomada dos empréstimos.

O ex-presidente do PT afirmou também que seu partido construiu a maioria no Congresso sem nunca ter discutido a troca de apoio por dinheiro.

A partir das declarações de Genoino, o deputado Júlio Delgado disse que o PT era um "samba do crioulo doido", pois cada um agia como queria. Genoino refutou a afirmação de Delgado, dizendo que todos os partidos têm seus problemas.

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