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O candidato derrotado à Presidência da República, Geraldo Alckmin (PSDB), começou a quebrar o silêncio imposto por ele mesmo após a eleição e não descartou, embora ainda "esteja muito longe", disputar o Palácio do Planalto em 2010.

"Tenho recebido a visita de muitas lideranças (políticas) do país. Você tem algumas etapas: a direção do partido no fim do ano que vem, eleições municipais em 2008, e você tem 2010", disse Alckmin à Reuters nesta sexta-feira, na segunda pessoa, antes mesmo de ser questionado especificamente sobre o tema da sucessão.

Logo após reconhecer a derrota no último domingo de outubro, o tucano buscou o refúgio em Pindamonhagaba, interior de São Paulo. Concedeu apenas uma pequena entrevista a uma TV local e recolheu-se novamente.

Agora, dez dias depois, mostrou disposição de falar, embora ainda evite analisar as razões que reelegeram o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A decisão de retornar à cidade natal para descansar irritou aliados e interlocutores, que viram, na decisão, um sinal ruim de "provincianismo".

O argumento era de que o momento político e 40 milhões de votos conquistados por ele o credenciariam como líder nacional, que não deveria buscar o anonimato de um sítio no interior de São Paulo.

"É preciso se desintoxicar da política. É bom sair um pouco da ribalta. Não é ruim ter um período sabático", argumentou o tucano. "JK (Juscelino Kubitschek) voltou a clinicar quando deixou a Prefeitura de Belo Horizonte", disse.

Após a derrota, muitas especulações sobre seu destino imediato percorreram o bastidor político. Assumir a presidência do PSDB foi a primeira delas. A estratégia é vista como meio de ficar em evidência e estreitar as relações com a base partidária para obter apoio a um eventual projeto de concorrer novamente ao Planalto.

Mas há entraves a essa possibilidade, que ele classifica de "etapa". Os correligionários José Serra (governador eleito de São Paulo) e Aécio Neves (governador eleito de Minas Gerais) não negam o desejo de disputar a Presidência daqui a quatro anos.

Em razão desse eventual projeto concorrente, não deixariam espaço para Alckmin crescer internamente e conseguir a indicação do partido.

Há ainda a alternativa de concorrer à Prefeitura da capital paulista daqui a dois anos, "etapa" que também poderia servir de "trampolim" ao Planalto.

"O governo Lula vai ser uma mesmice e o povo vai se sentir traído", alfinetou.

Além de retomar a medicina e trabalhar com acupuntura, o ex-candidato afirmou que pretende complementar a renda mensal com palestras e que exercerá o ofício de médico em um hospital público para ficar "mais perto do povo".

"Isso me tomará um tempo pequeno. A maior parte do tempo eu vou me dedicar à política", prometeu.

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