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Em depoimento nesta quinta-feira à CPI do Apagão na Câmara, o gerente de Padrões de Avaliação de Aeronaves da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Gilberto Schittini, afirmou que se a norma que obriga o uso do reverso máximo em pousos com pista molhada tivesse sido cumprido, o acidente com o Airbus A320 da TAM em Congonhas poderia ter sido evitado. Schittini é o responsável pela Instrução Suplementar (IS) que obriga o uso do reverso máximo em pousos com pista molhada.

- Não poderia [o controle aéreo] ter despachado [autorizado o pouso] o avião sem todos os reversos funcionando e operando com pista molhada, ainda mais numa pista curta - afirmou.

Segundo ele, o A320 até poderia pousar numa pista molhada, desde que fosse mais longa do que a de Congonhas. Para o gerente, é preciso construir, o mais rápido possível, uma área de escape de pelo menos 150 metros na pista de Congonhas:

- É preciso uma área [de escape], nem que seja de concreto.

Ele explicou que outros aeroportos dispõem de área de escape de um espécie de concreto capaz de reduzir a velocidade dos aviões. Segundo ele, o concreto é construído de forma a dificultar que o avião deslize, provocando a redução da velocidade.

O gerente emocionou-se ao ser perguntado sobre que sentimento tinha por ter elaborado uma norma que, se tivesse sido seguida, poderia ter evitado ao acidente da TAM.

- Até chorei por causa disso. A norma teria impedido que naquelas condições um avião pudesse pousar - disse.

Ele disse acreditar, no entanto, que a causa do acidente com o avião da TAM em Congonhas tenha sido um erro no projeto do Airbus ou falha humana.

Sobre a validade da norma, Schittini discordou da ex-diretora da agência Denise Abreu. Ele afirmou que, no seu entendimento, a resolução que foi anexada pela diretoria da Anac para subsidiar a decisão da desembargadora Cecília Marcondes, da Justiça Federal em São Paulo, sobre a liberação da pista de Congonhas, tinha validade sim, uma vez que estava no site da Anac. Em seu último depoimento à CPI, Denise afirmou que o documento se tratava apenas de um estudo.

O gerente discordou também da posição de Denise Abreu de que a norma não proibia as aeronaves de fazer o pouso:

- Essa é a opinião dela. A intenção da instrução está clara no item 5.2. Ele não poderia pousar naquelas condições - afirmou.

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