A Comissão de Ética Pública do governo federal arquivou ontem a denúncia contra o chefe de gabinete da Presidência da República, Gilberto Carvalho, acusado de vazar informações da Operação Satiagraha, da Polícia Federal. O relator do caso na comissão, Roberto Caldas, argumentou que o processo contra Carvalho foi baseado em prova ilícita e não se verificou infração ética. Os demais membros do grupo seguiram o voto do relator.
A PF, em julho, divulgou trechos da gravação de um telefonema em que Carvalho disse ao advogado e ex-deputado federal Luiz Eduardo Greenhalgh (PT) que não havia pessoas no âmbito do governo investigando Humberto Braz, um dos braços direitos de Daniel Dantas, dono do Grupo Opportunity. Dantas e Braz foram investigados pela Satiagraha. Em entrevistas, o chefe de gabinete da Presidência confirmou o telefonema. Carvalho, porém, disse não ter repassado informações privilegiadas ao advogado.
Em seu voto, Roberto Caldas disse que a divulgação da conversa pela PF violou o segredo de Justiça e que as supostas provas contra Carvalho foram embasadas em meios ilícitos. O presidente da comissão, Sepúlveda Pertence, fez a ressalva de que era preciso aprofundar a avaliação sobre a ilicitude da prova porque foi "substancialmente" confirmado o diálogo publicado pela imprensa por meio de uma nota oficial de Carvalho.
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