O ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, terá que explicar no Senado a denúncia de que teria tentado impedir a realização de sindicância instalada pelo governo para investigar a atuação de Rosemary Noronha, ex-chefe do gabinete da Presidência em São Paulo. A Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle do Senado aprovou ontem a convocação de Carvalho para falar aos senadores.
Aliado do governo, o presidente da comissão, senador Blairo Maggi (PR-MT), permitiu a votação em uma sessão esvaziada o que impediu a mobilização de governistas para barrar a aprovação da convocação. O pedido de convocação é de autoria do líder do PSDB no Senado, Aloysio Nunes Ferreira (SP).
Nunes pede, no requerimento, que Carvalho preste os "devidos esclarecimentos" sobre a "investigação paralela" conduzida pela Secretaria-Geral da Presidência sobre a atuação de Rosemary. Segundo reportagem da revista Veja, Carvalho teria agido para impedir investigações internas contra Rosemary, de quem é amigo pessoal.
A sindicância foi aberta pelo governo no ano passado para apurar a conduta de Rosemary, que é uma das investigadas pela Operação Porto Seguro, da Polícia Federal, em um esquema de venda de pareceres e tráfico de influência no governo federal.
O trabalho do governo correu de forma paralela à investigação policial, que resultou no indiciamento de Rosemary por formação de quadrilha. Ela também foi exonerada do cargo em dezembro. A sindicância administrativa foi formada por servidores da Controladoria-Geral da União (CGU), Advocacia-Geral da União (AGU) e Casa Civil.
A revista Veja mostrou o conteúdo do relatório do governo que embasou a abertura de processo disciplinar contra Rosemary. O documento detalha como ela se beneficiava de sua relação de intimidade com o então presidente Lula. Rosemary é responsabilizada pela nomeação de dois diretores de agências reguladoras acusados, juntamente com ela, de esquema de corrupção que envolvia a venda de pareceres.
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