O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, criticou nesta sexta-feira (24) a demora na escolha do novo ministro da Corte. "É fundamental que não haja esse tipo de demora. A escolha tem que ser feita de maneira mais célere, uma vez que se trata de vaga decorrente da implementação da idade para [aposentadoria] compulsória, não surgiu sem que se soubesse. Tenho a impressão de que nós temos que discutir no futuro esse modelo e, talvez, estabelecer um prazo para esse tipo de indicação".

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Indicado ontem (24) pela presidenta Dilma Rousseff, o advogado constitucionalista Luís Roberto Barroso vai ocupar a vaga aberta com a saída de Carlos Ayres Britto, aposentado compulsoriamente em novembro do ano passado. O STF trabalha há pouco mais de seis meses com um ministro a menos.

Após participação em um evento sobre gestão pública no Distrito Federal, coordenando os debates, Mendes também apontou os prejuízos ao Supremo em virtude da ausência de um magistrado.

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"É claro que a falta de um ministro por um longo período acaba afetando a funcionalidade do tribunal. Temos a possibilidade de empates, há a necessidade de esperar o colega para eventual desempate, temos a não distribuição para esse gabinete, portanto, uma sobrecarga para um tribunal que já é sobrecarregado".

Também presente no evento, o senador Pedro Taques (PDT-MT) engrossou o coro do ministro pelo debate visando a um prazo para escolha de um novo nome para o STF. "Quase sete meses para nomear um ministro do Supremo não é razoável. Existem propostas de emenda à Constituição que estabelecem um prazo, um tempo para que a presidenta possa desempenhar essa sua atribuição, que é significativa. A falta de um ministro prejudica muito o governo e a sociedade brasileira. Por isso, eu concordo com o ministro Gilmar Mendes, nós temos que pensar nisso".

Mendes, que está no Tribunal desde 2002, voltou a tecer elogios ao novo colega de trabalho, a quem se referiu como "um profissional altamente qualificado, reconhecido na academia, na advocacia, pelos tribunais e que tem dado grande contribuição para o desenvolvimento do direito constitucional brasileiro".

Taques foi mais contido, porém também aposta na competência de Barroso. "Eu tenho certeza que quem é indicado para o Supremo, ao menos em tese, tem a capacidade de julgar processos difíceis. Quem não aguenta pressão, tem que ficar em casa. A pressão é muito boa para fazer o carvão virar diamante".

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