O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes defendeu nesta terça-feira (10) que o processo do mensalão seja julgado pela corte ainda no primeiro semestre deste ano, para evitar que sua análise seja transferida para 2013.
De acordo com o magistrado, a complexidade do processo, a aposentadoria de dois ministros do STF a partir de agosto e as eleições municipais em outubro, que aumentam o volume de trabalho do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), podem atribular o segundo semestre no Judicário e postergar a análise do mensalão para o próximo ano.
"Me parece que, se se quiser votar em princípio este ano, tem que ser neste semestre", disse o ministro a jornalistas, após participar de sessão solene em homenagem a centenário do Santos na Câmara dos Deputados.
"É um ano atípico porque tem a questão eleitoral, mais duas aposentadorias e a troca do presidente, que sai em seguida", acrescentou Mendes.
Entre o fim de agosto e o início de setembro, o ministro Cezar Peluso deve se aposentar. Em novembro, é a vez de Ayres Britto encerrar os trabalhos no STF.
O STF ainda terá mais duas trocas de presidente até o fim deste ano. Na próxima semana, o ministro Ayres Britto toma posse no lugar de Peluso. Quando se aposentar, no segundo semestre, Britto será substituído na presidência por Joaquim Barbosa, relator do mensalão.
O escândalo do mensalão, em que parlamentares e partidos da base do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva supostamente teriam recebido dinheiro em troca de apoio político, veio à tona em 2005.
O ministro Joaquim Barbosa já repassou seu relatório da ação penal que envolve 38 réus ao ministro revisor, Ricardo Lewandowski. De acordo com Gilmar Mendes, o tribunal poderá julgar a ação assim que o revisor concluir seu trabalho.
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