O ministro Gilson Dipp, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), é quem vai decidir sobre o pedido de habeas corpus de Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, que está preso desde fevereiro acusado de chefiar a exploração de jogos ilegais em Goiás.

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Na manhã de hoje (11), a ministra Laurita Vaz declarou estar impedida de julgar o pedido ingressado pela defesa de Cachoeira. Por ter atuado em Goiás e diante do envolvimento de Cachoeira com autoridades públicas no estado, a ministra optou por deixar o caso para garantir a imparcialidade no processo, já que Cachoeira pode ter se envolvido com autoridades com as quais a ministra já teve contato.

"Sou oriunda do estado de Goiás, onde exerci cargos direta ou indiretamente relacionados a instituições locais. Tendo em conta a denunciada abrangência de sua suposta atuação [de Carlinhos Cachoeira] no estado, com o pretenso envolvimento de várias autoridades públicas, com as quais, algumas delas, tive algum tipo de contato social ou profissional, ao meu sentir, é prudente declarar minha suspeição, a fim de preservar a incolumidade do processo penal", alegou a ministra.

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Com a recusa de Laurita Vaz, o processo foi deslocado para Dipp, que deverá decidir, individualmente, se Cachoeira pode ser colocado em liberdade.

Gravações feitas pela PF mostram diálogos de alguns parlamentares de Goiás com Cachoeira ou pessoas ligadas a ele. O parlamentar mais atingido pelas denúncias é senador Demóstenes Torres (sem partido-GO), acusado de tráfico de influência em favor de Cachoeira.

Também foram reveladas conversas da então chefe de gabinete do governador de Goiás, Marconi Perillo, Eliane Gonçalves Pinheiro, com Cachoeira. Ela deixou o cargo e, desde então, surgiu a suspeita de que Perillo também pudesse estar envolvido no esquema de jogos ilegais no estado.