O Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) recebeu nesta semana informações da administração do Facebook sobre os responsáveis pela publicação de um perfil e uma comunidade anônimos que continham ataques à ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann (PT). Os dados, obtidos por quebra de sigilo, citam dois nomes ligados à comunidade "Gleisi não": Cleverson Lima, apontado como criador do grupo, e José Gilberto Maciel, que pagou para que o espaço tivesse mais visibilidade na rede social. Em nota à imprensa divulgada ontem, a ministra afirma que Maciel é um jornalista que trabalha na Agência Estadual de Notícias (AEN), do governo do Paraná.
"Considero lamentável e preocupante a informação de que um funcionário comissionado do governo do estado do Paraná tenha criado um perfil falso e anônimo na internet com o único objetivo de me insultar e me caluniar", diz o texto. Procurada, a assessoria de imprensa do Palácio Iguaçu não se manifestou sobre o episódio. Não há na lista de funcionários do governo do estado na internet alguém com o mesmo nome detectado nos extratos da quebra de sigilo.
A página da AEN, no entanto, tem pelo menos quatro publicações com referências ao jornalista, que seria conhecido pelo apelido Zé Beto Maciel. Nessas referências, ele aparece como plantonista da agência ou seja, responsável por atender a imprensa em fins de semana e feriados. A última delas é do dia 14 de novembro. Além disso, o próprio jornalista citava em seu perfil no Facebook até anteontem que trabalhava para a AEN a informação foi retirada do ar ontem.
A reportagem tentou entrar em contato com Zé Beto Maciel, por telefone, mas não conseguiu localizá-lo. "A probabilidade de não se tratar dele, mas de um homônimo, é ínfima", afirmou o advogado de Gleisi, Luiz Fernando Pereira. "O próximo passo é responsabilizar o governo do estado por seu preposto."
Direito de personalidade
A quebra de sigilo é o desdobramento de uma ação movida pela ministra no TRE-PR que conseguiu retirar do ar a comunidade "Gleisi Não" e o perfil "Gleisi Indelicada", cujos autores ainda não foram identificados, apenas os protocolos de identificação (IPs) dos computadores utilizados para abastecer a página. A decisão de remover os conteúdos foi tomada pelo desembargador Edson Vidal Pinto no dia 12 de novembro. Segundo o magistrado, o material "flagrantemente violava direitos de personalidade, ao ridicularizar a reclamante com referências grosseiras que transbordavam ao exercício da liberdade de expressão."
As publicações na comunidade continham montagens com fotos da ministra, citando que ela "trabalhava contra" o Porto de Paranaguá e as Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apaes). Várias citações reforçavam a ligação de Gleisi com o ex-assessor da Casa Civil da Presidência Eduardo Gaievski, preso por suspeita de pedofilia em Realeza, no Sudoeste do Paraná.
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