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Gleisi: ação tirou do ar o perfil online anônimo | Antônio Cruz/ABr
Gleisi: ação tirou do ar o perfil online anônimo| Foto: Antônio Cruz/ABr

O Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) recebeu nesta semana informações da administração do Facebook sobre os responsáveis pela publicação de um perfil e uma comunidade anônimos que continham ataques à ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann (PT). Os dados, obtidos por quebra de sigilo, citam dois nomes ligados à comunidade "Gleisi não": Cleverson Lima, apontado como criador do grupo, e José Gilberto Maciel, que pagou para que o espaço tivesse mais visibilidade na rede social. Em nota à imprensa divulgada ontem, a ministra afirma que Maciel é um jornalista que trabalha na Agência Estadual de Notícias (AEN), do governo do Paraná.

"Considero lamentável e preocupante a informação de que um funcionário comissionado do governo do estado do Paraná tenha criado um perfil falso e anônimo na internet com o único objetivo de me insultar e me caluniar", diz o texto. Procurada, a assessoria de imprensa do Palácio Iguaçu não se manifestou sobre o episódio. Não há na lista de funcionários do governo do estado na internet alguém com o mesmo nome detectado nos extratos da quebra de sigilo.

A página da AEN, no entanto, tem pelo menos quatro publicações com referências ao jornalista, que seria conhecido pelo apelido Zé Beto Maciel. Nessas referências, ele aparece como plantonista da agência – ou seja, responsável por atender a imprensa em fins de semana e feriados. A última delas é do dia 14 de novembro. Além disso, o próprio jornalista citava em seu perfil no Facebook até anteontem que trabalhava para a AEN – a informação foi retirada do ar ontem.

A reportagem tentou entrar em contato com Zé Beto Maciel, por telefone, mas não conseguiu localizá-lo. "A probabilidade de não se tratar dele, mas de um homônimo, é ínfima", afirmou o advogado de Gleisi, Luiz Fernando Pereira. "O próximo passo é responsabilizar o governo do estado por seu preposto."

Direito de personalidade

A quebra de sigilo é o desdobramento de uma ação movida pela ministra no TRE-PR que conseguiu retirar do ar a comunidade "Gleisi Não" e o perfil "Gleisi Indelicada", cujos autores ainda não foram identificados, apenas os protocolos de identificação (IPs) dos computadores utilizados para abastecer a página. A decisão de remover os conteúdos foi tomada pelo desembargador Edson Vidal Pinto no dia 12 de novembro. Segundo o magistrado, o material "flagrantemente violava direitos de personalidade, ao ridicularizar a reclamante com referências grosseiras que transbordavam ao exercício da liberdade de expressão."

As publicações na comunidade continham montagens com fotos da ministra, citando que ela "trabalhava contra" o Porto de Paranaguá e as Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apaes). Várias citações reforçavam a ligação de Gleisi com o ex-assessor da Casa Civil da Presidência Eduardo Gaievski, preso por suspeita de pedofilia em Realeza, no Sudoeste do Paraná.

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