Na primeira entrevista concedida depois de indicada para substituir o ministro Antonio Palocci na chefia da Casa Civil, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) garantiu que a articulação política do governo não faz parte das atividades que assumirá quando tomar posse amanhã. Gleisi falou aos jornalistas numa das comissões do Senado, rodeada de colegas petistas, entre eles, o líder Humberto Costa (PE) e a senadora Marta Suplicy (SP). Ela agradeceu à presidente Dilma pela confiança em sua capacidade de trabalho.

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"Vou fazer o trabalho que a presidente Dilma está pedindo, que é um trabalho com foco em gestão. Ela quer o funcionamento da Casa Civil na área de gestão, de acompanhamento dos projetos. A presidente disse que meu perfil se encaixa àquilo que ela pretende na Casa Civil. É uma ação de gestão, é com isso que eu estou comprometida", afirmou, lembrando que conhece Dilma desde quando trabalharam na equipe de transição do primeiro governo do presidente Lula.

Sendo Palocci o terceiro ocupante da Casa Civil que deixa o cargo por não conseguir se defender de denúncias - após José Dirceu e Erenice Guerra - a nova ministra negou a existência de uma "maldição" no cargo. "Não há maldição na Casa Civil", rebateu. "Temos um projeto extraordinário de transformação desse País, que inclui mudanças na vida das pessoas, é com esse projeto que estou comprometida", referindo-se ao compromisso que diz ter com o projeto de inclusão social do governo Dilma.

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Gleisi adiantou que ao contrário do que ocorre hoje no Senado, adotará uma postura diferente na Casa Civil, sem discriminar as propostas sugeridas por senadores da oposição. "Amanhã vou conversar sobre a relação no Senado, falar dos meus posicionamentos inclusive com os senadores da oposição, a quem respeito muito", afirmou, ao ser questionada sobre a queixa da oposição quanto ao seu modo de "tratorar" os interesses do governo no Senado.

Por fim, a nova ministra lamentou a saída de Palocci, apesar de ser uma das integrantes da bancada que se posicionou quanto à necessidade dele se explicar publicamente sobre o crescimento de seu patrimônio. "É um momento triste, depois do relatório da Procuradoria que colocou de forma muito clara a situação. É uma pena perder o ministro Palocci nesse governo".