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"Fui exonerada da Itaipu. Então, recebi meus direitos de verba rescisória. Como uma pessoa pública, procurei a PGR para explicar a situação." Gleisi Hoffmann, ministra da Casa Civil | Priscila Forone / Gazeta do Povo
"Fui exonerada da Itaipu. Então, recebi meus direitos de verba rescisória. Como uma pessoa pública, procurei a PGR para explicar a situação." Gleisi Hoffmann, ministra da Casa Civil| Foto: Priscila Forone / Gazeta do Povo

A ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, consultou a Procu­radoria-Geral da República (PGR) na sexta-feira pedindo orientações sobre o que fazer diante da acusação de que poderia ter se apropriado indevidamente de R$ 41 mil na rescisão de seu contrato de trabalho com a Usina de Itaipu, em 2006.

Ao deixar o cargo de diretora financeira de Itaipu para concorrer pela primeira vez ao Senado, Gleisi recebeu um total de R$ 145 mil. Desse montante, R$ 41 mil foram referentes à multa pela demissão sem justa causa e o restante se refere ao FGTS liberado. Se Gleisi pedisse exoneração, não receberia a multa indenizatória. Também não poderia sacar o FGTS.

Embora Gleisi tenha deixado o cargo para realizar um projeto político pessoal e não tenha se desentendido com o comando de Itaipu, o diretor-geral de estatal, Jorge Samek, decidiu por demiti-la. Isso permitiu que ela recebesse a indenização e sacasse o FGTS.

Ontem, a ministra esteve em Colombo, na Grande Curitiba, e comentou rapidamente o caso. Ela disse que se colocou à disposição da PGR para prestar esclarecimentos e negou que tenha feito algo errado. "Fui exonerada da Itaipu. Então, recebi meus direitos de verba rescisória. Como uma pessoa pública, procurei a PGR para explicar a situação na qual isso ocorreu", disse a ministra. Gleisi disse ainda que deve seguir as recomendações da Procuradoria – inclusive a devolução do dinheiro, se esse for o entendimento da PGR.

Além da suspeita de ter ficado indevidamente com a multa rescisória, Gleisi também está envolvida em outra polêmica. Segundo denúncia publicada na revista Época da semana passada, ela e seu marido, o ministro das Comu­nicações, Paulo Ber­nardo, viajaram em um avião da empreiteira Sanches Tripoloni durante a pré-campanha eleitoral de 2010 – o que é vedado pelo Código de Conduta da Alta Administração Federal. Na ocasião, Gleisi não era ministra, mas Bernardo ocupava o Ministério do Planejamento. A mesma empreiteira fez uma doação de R$ 500 mil à campanha de Gleisi ao Senado em 2010. A ministra ontem não falou sobre o assunto.

Minha Casa, Minha Vida

Gleisi participou no sábado da solenidade de entrega do Residencial Ilha do Arvoredo, unidade habitacional do programa Minha Casa, Minha Vida em Colombo. A ministra entregou as chaves dos apartamentos aos novos moradores e discursou para a população local.

Gleisi ressaltou o empenho da presidente Dilma Rousseff no programa e destacou a qualidade dos novos conjuntos habitacionais. "Na última reunião, ela [Dilma] disse que não aceita mais casas que não tenham lajota no chão. Casa tem que ter azulejo no banheiro, portas largas para garantir acessibilidade para pessoas com deficiência", comentou. O conjunto residencial tem 248 apartamentos e mais oito casas térreas adaptadas para deficientes físicos.

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