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Gleisi Hoffmann | Pedro França/Agência Senado
Gleisi Hoffmann| Foto: Pedro França/Agência Senado

A paranaense Gleisi Hoffmann, líder da bancada do PT no Senado, afirmou durante reunião da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), na manhã desta quarta-feira (22), que o ministro da Justiça e da Segurança Pública, o deputado federal licenciado Osmar Serraglio (PMDB-PR), deveria ser “imediatamente destituído do cargo”, em função dos casos levantados pela Operação Carne Fraca, deflagrada sexta-feira (17) pela Polícia Federal.

A petista também cobrou na CCJ a aprovação de um convite ao ministro Serraglio, para que ele fosse ao colegiado prestar esclarecimentos. A votação do convite, contudo, acabou adiada, após manobra de aliados do governo Temer, incluindo o presidente da CCJ, Edison Lobão (PMDB-MA).

Durante quase dez anos, a bancada do PMDB sustentou o nome de Daniel Gonçalves Filho no comando do órgão de representação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) no Paraná. Ele é apontado pela PF como o “chefe de um esquema de propina”.

Entre as conversas telefônicas interceptadas pela PF, Serraglio pergunta a Daniel sobre a situação de um frigorífico no município de Iporã, alvo de fiscalização do Mapa. A PF não viu irregularidades no diálogo, mas a proximidade do parlamentar com Daniel, chamado por ele de “grande chefe”, tem sido explorada pela oposição.

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“A Operação Carne Fraca, que poderia ter sido conduzida sem espetáculo, revelou que há envolvimento extremamente grave de membros do governo federal. O envolvimento do ministro Serraglio no episódio deveria ter causado sua imediata destituição do cargo”, afirmou Gleisi.

A petista também destacou declarações da senadora Kátia Abreu (PMDB-TO), que aponta Serraglio como um dos peemedebistas que a pressionaram para manter Daniel no cargo. À frente do Mapa no segundo mandato de Dilma Rousseff, Kátia Abreu afirmou que “nunca vi tanta pressão”.

“Já que o presidente da República não se indigna a tirá-lo, a convocação do ministro Serraglio é urgente. Ele tem que vir aqui [na CCJ] explicar ao País que tipo de relação que ele tinha com Daniel”, reforçou Gleisi.

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Na CCJ, a defesa do ministro Serraglio foi feita pelo senador José Medeiros (PSD-MT), que criticou a postura da senadora do Paraná. “Existem aqueles que querem resolver o problema e aqueles que querem tocar fogo. Usar esse grave problema que o Brasil está passando para a questão da política local é deplorável”, disse ele, em referência ao fato de a senadora e o parlamentar licenciado Osmar Serraglio pertencerem à bancada do Paraná. “Vim aqui pedir a demissão do ministro Serraglio quando metade do PT está preso?”, atacou Medeiros.

O senador disse ainda que o diálogo revelado entre Serraglio e Daniel “pareceu normal”. “Se no meu estado fecharem uma planta frigorífica, eu sou o primeiro a perguntar o que está acontecendo. Eu vi lisura no diálogo. Não vi nada que pudesse macular a pessoa do ministro Serraglio. E até onde eu sei esse rapaz [Osmar Serraglio] é de extrema honradez”, completou o parlamentar do PSD.

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