A senadora Gleisi Hoffmann (PT) foi hostilizada por um grupo de manifestantes com cartazes, narizes de palhaço e máscaras do juiz Sergio Moro quando participava de uma audiência pública em Curitiba, na manhã desta sexta-feira (8).
Na chegada ao aeroporto de Curitiba, na quinta (7), ela já havia sido alvo de protestos de pessoas a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff.
Quando Gleisi começou sua fala na audiência, que debate a situação dos imigrantes no país e políticas públicas para este grupo, parte do público ao fundo do auditório na Assembleia Legislativa ficou em pé e ergueu cartazes contra o PT e a senadora, com frases como “filha ingrata do Paraná” e “impeachment Já”.
No meio do discurso da senadora, marcado por gritos de um lado e pedido de silêncio em outro, o grupo de verde e amarelo começou a cantar o hino nacional, cobrindo a fala de Gleisi.
Neste momento, outro grupo de apoio à senadora começou a gritar “Não vai ter golpe!” e iniciou-se um bate-boca entre eles. Seguranças se aproximaram para evitar agressões. Um dos coordenadores da mesa negociou com os grupos para poderem se sentar e a palestra prosseguir.
A senadora Gleisi permaneceu ao centro da mesa, no palco. Enquanto sírios e haitianos falavam, pedindo por apoio em educação, saúde e segurança, o grupo anti-Gleisi gritava ao fundo: “Nós também precisamos!”. Em outro momento, quando o palestrante citou que, à exceção dos índios, todos os brasileiros são fruto de imigrantes, o mesmo grupo: “Eu não! Eu nasci aqui!”
A audiência deve se encerrar ao final da manhã, depois de se encerrarem as falas e da abertura de espaço para perguntas do público.
Suspeitas contra Gleisi
A Polícia Federal pediu ao STF (Supremo Tribunal Federal) o indiciamento da senadora e de seu marido, o ex-ministro Paulo Bernardo, por suspeita de terem recebido R$ 1 milhão no esquema de corrupção da Petrobras.
Em acordo de delação premiada, Antonio Carlos Fioravante Pieruccini, investigado na Lava Jato, contou em depoimento que fez quatro entregas de dinheiro a um empresário ligado ao PT do Paraná.
Nesta quarta-feira (4), a defesa da senadora ingressou com uma reclamação questionando o indiciamento, alegando que a PF fere o entendimento do STF que proibiu a polícia, em 2007, de fazer, por conta própria, o indiciamento de autoridades com foro privilegiado.