Reforma
Ciro Gomes pode ser o escolhido para o Ministério da Saúde
Os substitutos de Gleisi Hoffmann, na Casa Civil, e de Alexandre Padilha, no Ministério da Saúde, ainda não estão definidos. Na Saúde, se a presidente optar por uma solução doméstica para a substituição de Padilha, o nome em alta é o do secretário de Gestão do Trabalho e da Educação do Ministério, Mozart Sales, um dos maiores colaboradores do programa "Mais Médicos".
É certo que a presidente quer o secretário da Saúde do Ceará, Ciro Gomes (PROS), em sua equipe. O comentário no Planalto, porém, é que ele só entrará no governo em eventual segundo mandato de Dilma, caso contrário sua mudança do PSB do governador Eduardo Campos (Pernambuco) para o PROS ficaria carimbada como fisiológica. De qualquer forma, a pasta esperada por Ciro é a da Saúde.
A ministra Gleisi Hoffmann confirmou ontem de viva-voz o que há muito já se especulava em Brasília: só fica na chefia da Casa Civil até o início de janeiro. No posto desde julho de 2011, quando substituiu Antonio Palocci, Gleisi afirmou que decidirá só em 2014 se disputa ou não o governo do estado, embora sua candidatura seja dada como certa.
Gleisi concedeu a primeira entrevista coletiva sobre o tema ontem, num café da manhã com jornalistas. A ministra garantiu que a troca de comando na Casa Civil não será demorada nem difícil e se colocou à disposição para prestar esclarecimentos ao seu sucessor.
Gleisi e o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, devem deixar seus cargos em janeiro, antes dos demais colegas que sairão até o fim de março para disputar as eleições. Gleisi deve ser candidata do PT ao governo do Paraná, e Padilha concorrerá, pelo mesmo partido, à sucessão do governador Geraldo Alckmin (PSDB), em São Paulo.
"A decisão de concorrer ao governo vai ser tomada no ano que vem, e após a minha saída da Casa Civil. Então não tem uma decisão tomada ainda. É uma avaliação política que não quero misturar enquanto estou exercendo a função aqui. Gosto de separar as coisas. Eu solicitei à presidenta [Dilma Rousseff] o afastamento. O tempo de afastamento é a decisão da presidente. E, obviamente, ao ela informar esse tempo, vamos fazer a devida transição", afirmou Gleisi.
"A referência [para deixar a Casa Civil] é para sair em janeiro, eu particularmente prefiro, a presidenta também tinha essa data como referência." Questionada por repórteres sobre quem seria seu sucessor à frente do cargo, a ministra retrucou: "Se vocês souberem, vocês me falam." O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, e o secretário-executivo do Ministério da Previdência, Carlos Gabas, são cotados.
Transição
Gleisi disse não saber quanto tempo será necessário para a transição na Casa Civil e garantiu que vai estar "à disposição sempre que o próximo ministro ou ministra precisar".
"Nós temos uma equipe que é uma equipe que tem estabilidade, tem todo o corpo funcional da Casa Civil que sabe a situação de cada programa, de cada ato, que acompanha, não é uma transição difícil, tem informações, tem assessoria. Não é algo demorado e, mesmo eu saindo, vou estar à disposição para prestar informações e esclarecimentos", disse.
Indagada ao final do café da manhã se ia sentir alívio ou saudade quando deixar a Casa Civil, a ministra respondeu: "Foi um período muito bom, aprendi muito. Vou sentir saudade".
Ações
Durante conversa com jornalistas, a ministra falou sobre o sucesso de ações do governo em relação às concessões de rodovias, ao programa Mais Médicos e ao diálogo com a população durante as manifestações de junho. Como ministra, Gleisi disse que gostaria de deixar o governo com licitações de ferrovias e portos realizadas, o que não aconteceu.
Deixe sua opinião