A bancada do PT no Senado decidiu na manhã desta quarta-feira (3) que a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) será a substituta de Delcídio Amaral (PT-MS) na presidência da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado – ela era cotada para assumir a liderança do PT na Casa, mas perdeu a função para Humberto Costa (PT-PE) . Como a presidência da comissão é um cargo eletivo, senadores ainda não sabem como Delcídio Amaral pode ser afastado definitivamente do cargo.
“Nós apresentamos o nome da senadora Gleisi Hoffmann para presidir a comissão e agora vamos nos sentar com os demais partidos, especialmente com o PMDB, para construirmos a eleição dela na comissão”, explica Costa, . Os senadores acreditam que a melhor solução para substituir Delcídio é por meio de outra eleição.
A comissão se encontra diante de um impasse regimental. Delcídio, que está preso preventivamente pela Polícia Federal desde novembro do ano passado, está impossibilitado de exercer o cargo. Ele pode ser substituído na comissão por um suplente, enquanto a presidência é exercida interinamente pelo vice, Raimundo Lira (PMDB-PB).
Ao mesmo tempo, pela divisão proporcional da bancada, a presidência deve ser exercida por um senador do PT, o que impede Lira de seguir à frente da comissão. Como Delcídio foi eleito para o cargo, ele teria de se afastar voluntariamente. “Temos de ver regimentalmente como faremos a substituição”, afirmou Humberto Costa.
Humberto Costa é reconduzido à liderança do PT e opta por tom conciliador
A bancada do PT no Senado optou, na manhã desta quarta-feira (3), por reconduzir Humberto Costa (PT-PE) à liderança do partido na Casa. O senador, que já havia demonstrado vontade de deixar o posto, teve de permanecer à frente da bancada por falta de outros candidatos interessados. Confirmado no cargo, ele adotou tom mais conciliador sobre propostas de reforma da Previdência e volta da CPMF.
“Não pude me furtar de assumir essa responsabilidade. Houve um entendimento de todos de que, exatamente pelo momento de dificuldade, seria interessante que alguém já com alguma experiência pudesse fazer esse trabalho”, justificou Costa, que assume a liderança do PT pela terceira vez consecutiva e quarta vez na carreira de senador. Ele já havia declarado, entretanto, que preferia sair do cargo e se dedicar às eleições municipais em Pernambuco.
Além da preferência por alguém com experiência, a decisão também foi determinada pela falta de interesse de outros colegas de bancada em assumir a liderança. Nenhum senador colocou o nome para candidatura ao cargo. O senador Paulo Rocha (PT-PA), que já havia demonstrado interesse em se candidatar, chegou à reunião de cara fechada e negou qualquer intenção de assumir a vaga.
O desinteresse vem da responsabilidade e da exposição do cargo. O novo líder, assim como no ano anterior, está fadado a representar um partido em crise e negociar temas que são de interesse do governo, mas que não agradam a bancada do PT.
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