A assessoria da companhia aérea Gol voltou atrás e mudou a versão do presidente do Conselho de Administração da empresa, Nenê Constantino, para os R$ 300 mil emprestados ao senador Joaquim Roriz (PMDB-DF).

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A assessoria agora diz que Nenê Constantino deu, de fato, um cheque de R$ 2.231.155,60 ao senador, que, após compensá-lo no Banco de Brasília (BRB), retirou R$ 300 mil e devolveu o restante ao empresário. O cheque seria o último pagamento feito pela Agrícola Xingu pela compra de uma fazenda de Constantino.

Antes, porém, a assessoria da Gol havia dito que Constantino não reconhecia o cheque. Informou no fim da tarde deste sábado (23) que houve um equívoco na primeira versão sobre o caso.

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Empresa divulgou nota

No início da noite, a assessoria divulgou uma nota oficial para esclarecer o assunto.

NOTA DE ESCLARECIMENTO

O Sr. Constantino de Oliveira informa que utilizou o recebimento do valor de R$ 2,2 milhões, proveniente da venda de uma fazenda de sua propriedade para a Agrícola Xingu, para realizar empréstimo de R$ 300 mil em forma de contrato de mutuo e emissão de nota promissória em março de 2007 ao senador do Distrito Federal, Joaquim Roriz.

Roriz, na ocasião, retornou R$ 1,9 milhão para o Sr. Constantino de Oliveira, mantendo assim os R$ 300 mil como empréstimo.

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Além disso, o Sr. Constantino de Oliveira esclarece que não tem conta bancária no BRB - Banco de Brasília.

SÃO PAULO, 23 de junho de 2007.

Operação Aquarela

A transação entre Nenê Constantino e Joaquim Roriz foi descoberta pela Polícia Civil do Distrito Federal nas investigações da Operação Aquarela, que desbaratou um suposto esquema de desvio de dinheiro do BRB. Nas escutas telefônicas feitas com autorização judicial, o senador Joaquim Roriz e o ex-presidente do BRB Tarcísio Franklin de Moura tratam da divisão de R$ 2,2 milhões.

Tarcísio Franklin de Moura, que presidiu o BRB durante oito anos por indicação do ex-governador Roriz, foi preso pela polícia na operação. Ele é apontado como chefe do esquema.

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Em uma das conversas interceptadas pela polícia, o ex-presidente do BRB avisa ao atual senador e ex-governador do DF Joaquim Roriz que mandaria o dinheiro para a casa dele, em uma área nobre da capital federal. Minutos depois, Tarcísio Franklin de Moura sugere que a partilha do dinheiro seja feita no escritório de Nenê Constantino, em Brasília. O senador aprova a sugestão.

Explicações

Por meio de assessores, Roriz respondeu que se tratava de um negócio particular. Ele teria pedido dinheiro emprestado ao empresário Nenê Constantino para comprar uma bezerra, no interior de São Paulo. Ao então presidente do BRB, o senador teria pedido que descontasse o cheque, do Banco do Brasil, no caixa do BRB, uma operação considerada legítima.

Embora tenha dito que ficara com R$ 300 mil, devolvendo o restante ao dono, o que foi confirmado por Nenê Constantino na segunda versão dada por sua assessoria para a transação, Joaquim Roriz aparece nas gravações da polícia dizendo que o dinheiro é de muita gente.

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