O banco de investimentos americano Goldman Sachs incluiu a crise política do Brasil numa lista do que considera os dez maiores riscos para a economia global este ano. O banco é o mesmo que, em 2002, às vésperas das eleições presidenciais, anunciou a criação do "lulômetro", uma espécie de termômetro para medir o impacto da vitória de Lula nas cotações do dólar, com previsões, à época, catastrofistas.
Em um relatório distribuído na quarta-feira aos clientes do banco, o Goldman Sachs põe a crise brasileira no fim da lista. Apenas um item é considerado menos arriscado: a derrota do ciclista americano Lance Armstrong no Tour de France. Brincadeiras à parte, é um risco quase tão improvável quanto algumas das previsões já feitas pelo banco.
Em 2001, apenas dois meses antes da falência da gigante americana Enron, o banco sugeria investir na empresa num relatório com o título de "Ainda a melhor entre as melhores".
No relatório divulgado quarta-feira, o economista-chefe de pesquisa global do Goldman Sachs, Jim O'Neill, diz que "uma crise mais profunda poderá reduzir as perspectivas de reeleição do presidente Lula, apesar de considerarmosque um impeachment seja improvável".
"Condições de mercado mais favoráveis e solidez nosfundamentos macroeconômicos serão mais importantes para o resto dos mercados emergentes. Riscos políticos devem crescer em outras partes na medida em que outros grandes países emergentes devem realizar eleições no ano que vem,incluindo Cingapura, Polônia, Chile, Peru, Colômbia, Hungria, México e, possivelmente, Peru", disse O'Neill.
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