A empresa Google Brasil teve bloqueado R$ 2,1 milhões, por decisão do juiz federal Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava Jato, por ter se recusado a interceptar e-mails de investigados em um inquérito que deu origem à apuração. A informação é do jornal Folha de S. Paulo.
Em 2013, segundo o jornal, o juiz ordenou que o Google interceptasse quatro contas do Gmail (serviço de e-mail da empresa), a pedido da Polícia Federal (PF), durante uma investigação de uma doleira.
O Google entregou dados gerais sobre as contas, mas a PF precisava de um monitoramento que permitisse receber, em tempo real, cópias das mensagens trocadas pelos endereços (chamada de "conta espelho"). A empresa, de acordo com a Folha, informou que só criaria a chamada "conta espelho" após o Ministério da Justiça entrar em entendimento com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos.
O juiz Sérgio Moro decidiu então multar o Google no valor de R$ 10 mil para cada dia de descumprimento da decisão judicial. Uma semana depois, aumentou a multa para R$ 50 mil.
Outro lado
No recurso apresentado pela defesa da empresa, os advogados argumentam que o Google Brasil é uma subsidiária do Google Inc, como sede nos EUA.
Procurada, a empresa disse, por nota, que o inquérito é "estritamente confidencial".
"O Google cumpre as ordens da Justiça e diante de seu caráter sigiloso não pode comentar este caso", diz a nota.
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