Empossado na manhã desta quinta-feira (1º), o governador de Mato Grosso, Pedro Taques (PDT), anunciou, como uma de suas primeiras medidas, que demitirá 2 mil funcionários públicos que ocupam cargos comissionados no Estado.
A decisão, segundo ele, faz parte de um choque de gestão que visa o corte de gastos e a convocação dos aprovados em concursos públicos. "Antes da gestão, vem o choque. É necessário que as contas públicas sejam equilibradas", frisou o novo governador no Centro de Eventos do Pantanal, onde recebeu a faixa do ex-governador Silval Barbosa (PMDB).
Levantamento feito pela equipe de transição do governo constatou um deficit de R$ 1,7 bilhão nas contas estaduais. Além das demissões, o governador informou que serão realizadas uma série de auditorias nas secretarias, com intuito de detectar possíveis desvios de recursos públicos. "Não vamos varrer o lixo para debaixo do tapete. Quem roubou será devidamente responsabilizado", disse.
O governador afirmou que cobrará das empreiteiras responsáveis a conclusão das 44 obras da Copa do Mundo que estão inacabadas, como o VLT (Veículo Leve sobre Trilhos), que já consumiu R$ 1 bilhão dos cofres estaduais e ainda se encontra em estágio inicial de desenvolvimento.
Presente na cerimônia, o cacique Raoni Metuktire, da etnia Caiapó, ressaltou que Taques foi o primeiro governador eleito de Mato Grosso a convidar um líder indígena para participar da posse. Ele pediu ao chefe do Executivo ajuda para impedir a aprovação da PEC 215, que propõe mudanças na demarcação de terras. A PEC tramita atualmente na Câmara dos Deputados. "Nossas tradições e culturas devem ser respeitadas.
A PEC 215 representa um golpe contra nós, indígenas", disse Raoni, com a ajuda de um intérprete. Eleito no primeiro turno com 833.788 votos, Taques enfatizou em seu discurso que o combate à corrupção será sua prioridade. "Queremos que a nossa gestão seja a mais transparente da história de Mato Grosso. O governo precisa ser mais honesto."