Lideranças de partidos aliados se uniram e derrubaram ontem requerimento para que o governador petista do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, fosse à Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara Federal explicar seu suposto envolvimento no esquema de desvio de verbas no Ministério do Esporte. Então no PCdoB, Agnelo comandou a pasta entre 2003 e 2006, deixando em seu lugar Orlando Silva (PCdoB), demitido do cargo na semana passada.
De autoria dos deputados Onyx Lorenzoni (DEM-RS) e Fernando Francischini (PSDB- PR), o requerimento para ouvir Agnelo foi rejeitado por 10 a 6 votos. A pedido do vice-governador do Distrito Federal, Tadeu Filipeli (PMDB), o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) atuou para derrubar o convite ao petista. "A Câmara não é lugar para tratar de briga local", argumentou Cunha. "Os governistas alegaram que era um problema paroquial para derrubar o requerimento", disse conformado o deputado Vanderlei Macris (PSDB-SP).
Junto com o ex-ministro Orlando Silva, o governador do Distrito Federal é alvo de investigação do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que apura desvios de recursos do programa Segundo Tempo do Ministério do Esporte. Além do suposto envolvimento no esquema do Esporte, Agnelo também foi flagrado em conversas gravadas com autorização judicial em 2010, prometendo ajuda ao policial militar João Dias, dono de ONGs suspeitas de desviar recursos do programa.
Oposição
O PSDB e o DEM apresentaram ontem um pedido de impeachment de Agnelo Queiroz na Câmara Legislativa do Distrito Federal. O governador é suspeito de receber propina de um lobista que depositou R$ 5.000 em sua conta.
O presidente regional do DEM, Alberto Fraga, o presidente regional em exercício do PSDB, Raimundo Ribeiro, e o advogado Rogério Pereira também entregaram pedidos individuais de investigação contra o governador, totalizando cinco pedidos de impeachment.
Segundo a Câmara Legislativa, os cinco pedidos de impeachment protocolados na presidência serão encaminhados à Procuradoria da Casa, que fará a análise do cumprimento dos requistos jurídicos para que os documentos continuem a tramitar na Casa.
Não havendo vícios formais, os pedidos serão enviados à CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), que pode solicitar a criação de uma Comissão Especial para apreciar os pedidos de impeachmet, que, por fim, devem ser votados em plenário.