O governador Sérgio Cabral anunciou na tarde desta segunda-feira, durante o sepultamento do policial militar assassinado Guaraci de Oliveira da Costa, que trabalhava na segurança de seus filhos, que vai pedir ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva a presença das Forças Armadas nas ruas da cidade. O governador, que deve se encontrar com o presidente na próxima quarta-feira, no Rio, deve pedir ainda o aumento do efetivo da Força Nacional de Segurança Pública até o início dos jogos do Pan.

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- Eu acho que as Forças Armadas neste momento têm que entrar, a Força Nacional de Segurança Pública tem que entrar. Deve-se discutir porque a Guarda Municipal do Rio não é armada, porque não está apoiando um policiamento mais ostensivo. Eu não vou ficar de braços cruzados - disse.

Durante o velório do PM o governador criticou ainda o ministro da Defesa, Waldir Pires. Segundo o governador, o ministro apenas enviou uma resposta técnica sobre o assunto, não satisfazendo o governo do estado do Rio. Ainda de acordo com o governador, somente a união de todos os segmentos da sociedade pode pôr um fim ao estado da violência. Mais cedo, por meio de nota oficial, o governador já havia afirmado que o governo continuará combatendo o crime, sem se conformar com fatos como o ocorrido com o segurança.

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O policial militar levou seis tiros de criminosos, durante uma tentativa de assalto na esquina das ruas Borja Reis e Dois de Fevereiro, no Engenho de Dentro, Zona Norte do Rio. O PM estava a caminho do trabalho, à paisana, quando ocorreu o assalto. Guaraci faz a segurança dos dois filhos mais novos do governador e viajaria no domingo para Mangaratiba, onde Cabral tem casa de praia, para encontrá-los.

De acordo com testemunhas, a vítima parou seu carro num sinal por volta das 5h15m, quando dois homens desceram de uma Kombi e o abordaram. Houve uma rápida troca de tiros, e Guaraci acabou sendo atingido por uma bala no queixo e cinco no tórax. Os assaltantes fugiram no carro do PM e levaram sua pistola. Outros objetos, como o cordão de ouro do policial, foram abandonados pelos bandidos.

O carro do policial só foi encontrado na tarde desta segunda, em um matagal no alto do Morro Camarista Méier, na Zona Norte. O carro foi incendiado na noite deste domingo, o que dificultou o trabalho da perícia. A placa LCR 9962, que identificava o carro, estava jogada no mato, próxima ao veículo. No local havia carcaças de pelo menos outros 10 carros.

No local onde o policial foi baleado, havia um carro da PM na manhã desta segunda-feira. Uma mulher que preferiu não se identificar disse ao telejornal "RJ TV" que viu o policial ferido.

- A cena foi chocante. Eu não dormi - afirmou.

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Os comerciantes não quiseram gravar entrevista com o telejornal, mas a maioria reclamou da falta de segurança. Eles afirmam que é comum haver assaltos na região e que trabalham com medo da abordagem dos bandidos.

- É tiro toda hora, roubo. Tenho medo de ir à padaria às 22h - conta um comerciante.

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