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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva aproveitou o encontro com o governador Roberto Requião (PMDB) para cobrá-lo sobre as acusações contra o ministro do Pla­­­nejamento, Paulo Bernardo (PT). Segundo o governador, Bernardo teria proposto superfaturar a obra de uma ferrovia no Paraná.

Antes dos discursos na inauguração da ampliação da Repar ontem, em Araucária, Lula e Re­­quião conversaram cerca de cinco minutos, com a ministra Dilma Rousseff como testemunha, sobre a briga entre o governador e o ministro.

Lula, irritado com Requião por estar implodindo a antiga aliança PT-PMDB no Paraná, teria chamado a atenção do governador. Requião, por meio do Twitter, site de mensagens curtas, deu outra versão sobre a reunião. "Tive oportunidade de explicar ao Lula e a Dilma a proposta imoral (...) sobre o ramal [ferroviário] Guarapuava-Ipiranga", disse Requião.

Há cerca de duas semanas, Requião acusou Bernardo de ter utilizado dinheiro público para comprar uma rádio no interior do Paraná e de ter proposto o superfaturamento do valor da construção de um ramal ferroviário na região de Guarapuava. O ministro nega e já recorreu à Justiça para pedir uma indenização de R$ 100 mil pelas acusações.

Apesar das rusgas entre o ministro e o governador, Lula forçou ontem Requião a sentar-se ao lado de Paulo Bernardo durante a cerimônia de inauguração da ampliação da Repar. O presidente subiu no palco ao lado do governador e fez questão de deixar apenas uma cadeira vaga, ao lado de Paulo Bernando. O ministro e o governador não se cumprimentaram e evitaram olhares, apesar de estarem ombro a ombro. Quando Lula levantou-se para discursar, Re­­quião aproveitou para trocar de cadeira, sentando-se naquela em que Lula estava, ao lado de Dilma Rousseff.

Vaias

A saia-justa com Paulo Bernardo não foi o único incômodo do governador durante a cerimônia. Ele foi vaiado duas vezes pela plateia, formada pelos trabalhadores da refinaria. A primeira vaia surgiu quando Re­­­quião foi chamado a discursar. Durante o pronunciamento, reclamou e foi vaiado de novo. "Não consigo entender a vaia, que alguns palhaços tentaram puxar contra mim. A última coisa que eu esperava era isso, em uma assembleia de trabalhadores de uma empresa na­­­cional", disse o governador, ao declarar-se como um progressista de esquerda.

Mais tarde, no Twitter, Re­­quião voltou a queixar-se e a atacar o ministro do Plane­­jamento: "Na Repar cerca de 20 pessoas tentam vaiar minha intervenção. [Era a] turma do PB [Paulo Ber­­­nardo]. Já liquidaram o PT em Londrina; querem o mesmo no Paraná". (HC)

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