Brasília - Isolado no próprio partido, o governador em exercício do Distrito Federal, Paulo Octávio (DEM), pegou nesta terça-feira (16) a estrada e viajou 200 quilômetros até Goiânia (GO) para tentar conquistar o apoio de seu maior crítico na legenda, o senador Demóstenes Torres (GO). O senador não arredou pé da decisão de pedir que Paulo Octávio deixe o DEM. O governador em exercício, que no sábado admitira que pode renunciar ao cargo, acrescentou nesta terça-feira (16), depois do encontro com Demóstenes, que a solução para a crise política pode ser mesmo entregar o governo aos presidentes da Câmara Distrital ou do Tribunal de Justiça do DF.

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Com o argumento de que precisa de apoio em casa para conseguir aliança com outras legendas e obter "o mínimo de governabilidade", Paulo Octávio tentou, sem sucesso, convencer Demóstenes de que a hora é de união para conclusão do governo no DF. "Se o meu partido não me apoia, o que vou esperar dos outros?", lamentou hoje.

Demóstenes tem defendido a expulsão de Paulo Octávio do partido e, na conversa com ele, afirmou que não poderia mudar de opinião "Minha convicção já está formada. E disse isso a ele", afirmou o senador. A reportagem apurou que Demóstenes sugeriu a Paulo Octávio que renunciasse à presidência do DEM no DF. Na sexta-feira, um dia depois de assumir o governo, com a prisão de José Roberto Arruda (sem partido), Paulo Octávio pediu afastamento do comando do partido no Distrito Federal. Ele não tem sinalizado, porém, que vá sair definitivamente do partido.

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"Fiz uma série de contatos com líderes políticos e empresariais. Desde sexta-feira, estou buscando apoio. Vou aguardar os movimentos. Agora também existe uma linha sucessória", disse, referindo-se ao fato de que se não conseguir governabilidade caberá ao presidente da Câmara Legislativa, Wilson Lima (PR), assumir o governo do DF. "Estou fazendo o meu papel constitucional de vice."

Pela Lei Orgânica do DF, a linha sucessória é completada pelo vice-presidente da Câmara, o petista Cabo Patrício, e o desembargador Nívio Gonçalves, que preside o TJ-DF.