Diferenças
"Metas são as mesmas, o que muda é o estilo", diz Bernardo
O novo ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, disse ontem durante a cerimônia de posse que o governo Dilma será "parecido" ao de Lula quanto às prioridades, mas diferente no estilo. "Continua a preocupação com a área social, com a solução dos problemas de infraestrutura do país. Mas não será a mesma coisa. A Dilma tem a sua história, a sua forma de comandar, se comunicar, de agir."
O paranaense falou pela primeira vez sobre os desafios que enfrentará na nova pasta ele era ministro do Planejamento desde 2005. O principal desafio, segundo ele, será resolver problemas de gestão nos Correios. Ele citou a necessidade de novas contratações e de realizar uma licitação para transporte aéreo.
"Há algumas coisas que precisam ser atacadas e resolvidas rapidamente. Mas, apesar disso, os Correios continuam sendo uma empresa sólida, por isso acho que será um trabalho razoavelmente tranquilo."
Os Correios têm orçamento anual de cerca de R$ 12 bilhões, dos quais R$ 500 milhões para investimentos. O ministro observou que a nova diretoria dos Correios tomará posse amanhã, e que terá como primeira meta resolver a licitação de franquias. "São 1,4 mil lojas franqueadas no Brasil inteiro, com um litígio grande e vamos tentar pacificar isso de uma vez por todas".
Além disso, Paulo Bernardo disse que se dedicará imediatamente à definição de metas de universalização dos serviços de telefonia e de banda larga. "Queremos estender a banda larga para todos. E a verdade é que temos ainda deficiência nessa área."
Segundo ele, os ministros da gestão Lula que foram mantidos por Dilma começam o novo governo com "ânimo redobrado". "Como encerramos um governo que é muito bem avaliado pela população, temos a missão de manter e melhorar o nosso trabalho. Também estamos confiantes porque a Dilma conhece bem os caminhos da gestão pública."
Brasília - Os governadores dos 26 estados e do Distrito Federal serão convocados pela presidente Dilma Rousseff (PT) para celebrar um "pacto nacional" pela segurança pública. O plano, de acordo com o novo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, é utilizar o exemplo das operações de ocupação de favelas do Rio de Janeiro para desenvolver ações integradas entre as administrações municipais, estaduais e federal."Aquilo que aconteceu no Rio deve ser objeto de reflexão por todos nós, justamente para que possamos enfrentar o problema da violência com essa mesma habilidade em outros lugares", disse Cardozo, que foi um dos coordenadores do governo de transição. O encontro deve ser realizado até fevereiro.
Durante o discurso de posse no Congresso Nacional, Dilma também falou sobre o modelo de parceria que pretende seguir. "O estado do Rio de Janeiro mostrou o quanto é importante, na solução dos conflitos, a ação coordenada das forças de segurança dos três níveis de governo, incluindo quando necessário a participação decisiva das Forças Armadas."
A presidente prometeu mais investimentos para a área. "Buscaremos também uma maior capacitação federal na área de inteligência e no controle das fronteiras, com uso de modernas tecnologias e treinamento profissional permanente."
Salário mínimo
Os novos ministros Garibaldi Alves Filho (Previdência) e Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral) afirmaram ontem que o primeiro desafio da nova presidente será a discussão do salário mínimo. "Deverá haver debates, e mais do que isso, embates sobre essa questão, mas acredito que o valor será esse mesmo. Foi, infelizmente, o que poderia ser oferecido", disse Garibaldi Alves Filho.
"Certamente teremos tensão sobre esse assunto, esse deve ser um desafio para a Dilma", completou Gilberto Carvalho.
O valor fixado por um medida provisória assinada ainda pelo presidente Lula foi de R$ 540. A MP tem eficácia imediata, mas ainda será discutida pelo Congresso, que pode alterá-la. O valor é criticado pelas centrais sindicais, que defendem R$ 580. O valor do salário atual é de R$ 510.
Garibaldi Alves Filho falou ainda do desafio de votar uma reforma tributária, assunto citado no discurso de posse de Dilma. "Isso é sempre um grande desafio, um assunto sobre o qual não se pode decidir de forma apressada", disse.
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