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Numa ação orquestrada por aliados da presidente Dilma Rousseff, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado rejeitou nesta quarta-feira (11) convite para o ex-secretário Nacional de Justiça Romeu Tuma Júnior falar aos senadores sobre o livro em que acusa o PT de fabricar dossiês contra a oposição.

Em maioria na comissão, os aliados do governo rejeitaram o convite, que havia sido apresentado por senadores do PSDB. Os governistas argumentam que o Senado não pode ouvir acusações de um ex-secretário que deixou o governo federal em meio à suspeita de beneficiar contraventores. "O delegado saiu do governo do presidente Lula debaixo de denúncias e suspeitas gravíssimas. Ele reconhece, numa declaração à mesma revista "Veja", que era amigo de um contrabandista. Estas questões não são do Senado, são do Ministério Público, da Polícia Federal, Civil", disse o líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM).

Líder do PT, o senador Wellington Dias (PI) afirmou que o Congresso não pode "criar a praxe" de ouvir autores de livros-denúncia. "Sei que tem processo eleitoral, disputas em jogo, mas não vale a pena a gente ir por esse caminho."

Os autores do convite, Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) e Álvaro Dias (PSDB-PR), criticaram a decisão da CCJ porque consideram que o Senado tem que ouvir denúncias de um ex-membro do governo que ataca a atual gestão do PT. "Ele dá nome e sobrenome a articulações criminosas que ocorreram no âmbito do governo e do Ministério da Justiça que ele frequentou. Não se trata de documento apócrifo", protestou Aloysio Nunes. Dias afirmou que há uma "fábrica de dossiês nos porões da política suja" que envolve membros do governo federal.

"Há capítulo não escrito no mensalão, no crime de Santo André. E se há capítulo não escrito, é preciso que seja escrito. Daremos oportunidade aos que contestam as denúncias de contestá-las em frente ao autor", afirmou o tucano.

Denúncias

Reportagem da revista "Veja" afirma que Tuma Jr., em seu livro "Assassinato de Reputações", diz que recebeu "ordens" para produzir e esquentar dossiês contra adversários do governo do PT no período em que foi chefe da Secretaria Nacional de Justiça --entre os anos de 2007 e 2010.O delegado diz no livro que as ordens vinham do Palácio do Planalto, Casa Civil e do próprio Ministério da Justiça --a secretaria ocupada por Tuma Jr. é vinculada à pasta.

No livro, o delegado diz ainda que o assassinato do ex-prefeito de Santo André Celso Daniel foi um crime político e que ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) foram grampeados ilegalmente pela Polícia Federal e Abin (Agência Brasileira de Inteligência), em 2007.

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