Integrantes da base governista na Câmara traçaram estratégia nesta terça-feira (27) para permitir apenas o convite a José Eduardo Cardozo, ministro da Justiça, para prestar esclarecimentos sobre a Operação Porto Seguro, da Polícia Federal.
Os demais convites para que suspeitos de participarem do esquema sejam ouvidos na Câmara deverão ser derrubados.
Segundo petistas ouvidos pela reportagem, a ordem é não deixar a oposição "surfar" no episódio da operação que culminou na demissão de Rosemary Nóvoa de Noronha, ex-chefe do escritório da Presidência da República em São Paulo, e no afastamento do advogado-geral da União adjunto, José Weber Holanda, braço direito do AGU (Advogado Geral da União) Luís Inácio Adams.
"É público e notório também que há exagero [por parte da oposição] até porque querem chamar pessoas que já foram demitidas", disse o líder do governo, Arlindo Chinaglia (PT-SP). Segundo ele, a ida Cardozo à Câmara para dar esclarecimentos sobre a operação, prevista para a próxima terça-feira, é o "suficiente".
Chinaglia informou que o governo já fez um levantamento dos requerimentos apresentados nas comissões da Casa convidando ou convocando os suspeitos. "Extrapauta não vamos permitir", afirmou. O petista também criticou a tentativa da oposição em inserir o nome do ex-presidente Lula na polêmica em torno da operação. Integrantes da oposição acusam Lula de ter insistido na indicação de Paulo Vieira à ANA (Agência Nacional de Águas). O nome de Paulo chegou a ser rejeitado pelo Senado em 2009 mas teve a indicação aprovada em 2010, após ter seu nome novamente apresentado no Senado. "Aqui naturalmente se faz política é uma tentativa de envolver indevidamente o presidente Lula... Tentar envolvê-lo naquilo que é uma decisão do Senado? Quem sabe eles poderiam convocar o presidente do Senado e todos os senadores que aprovaram o Paulo Vieira?, ironizou Chinaglia.
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