Brasília (Folhapress) Petistas que integram a CPI dos Correios estão preparando um relatório paralelo sobre a movimentação financeira do publicitário Marcos Valério de Souza, incluindo sua atuação em campanhas do PSDB. O objetivo é alterar o parecer apresentado pelo sub-relator de movimentação financeira, deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR), que deve ser votado na próxima quinta-feira.
Fruet pediu ao Ministério Público e à Polícia Federal o indiciamento de Valério e do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares por crimes como lavagem de dinheiro e caixa 2 em campanhas eleitorais, mas não mencionou esquema semelhante de financiamento de campanha montado pelo publicitário para tucanos.
O senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) já admitiu a utilização de caixa 2 em sua campanha à reeleição ao governo de Minas, em 1998.
Assim como ocorreu no PT, a origem dos recursos foram supostos empréstimos bancários tomados por Valério. Deputados federais e estaduais da coligação de Azeredo também teriam se beneficiado do esquema.
O ponto principal do relatório de Fruet é a sustentação de que os empréstimos bancários tomados por Valério e repassados ao PT foram uma "farsa" montada para ocultar a verdadeira origem do dinheiro. O parecer alternativo dos petistas deve ressaltar que o publicitário também tomou um empréstimo para financiar a campanha de Azeredo. Outra semelhança é que também foi oferecido como garantia um contrato público.
O relator da CPI, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), concorda em incluir no relatório referências ao depoimento prestado por Cláudio Mourão, ex-tesoureiro de Azeredo.
O discurso dos tucanos é que, se for incluído o caso Azeredo, também terá que ser inserido no relatório o depoimento do marqueteiro Duda Mendonça, no qual ele afirmou ter havido caixa 2 nas campanhas petistas de 2002, com exceção da do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
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