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O governo articulou seus vice-líderes e aliados da base para evitar novas surpresas com convocações de ministros e dirigentes de empresas públicas na Câmara, como aconteceu na semana passada, quando a ministra Miriam Belchior (Planejamento) foi convocada na Comissão do Trabalho.

Desta vez, requerimentos da oposição foram derrotados ou retirados pelos autores, cientes de que iriam perder. O governo ficou de olho na Comissão da Amazônia, onde havia requerimentos para convocar novamente Miriam Belchior e também a ministra Gleisi Hoffmann (Casa Civil), mas segundo a deputada Rebecca Garcia (PP-AM), vice-líder do governo, os requerimentos foram retirados de pauta.

Na Comissão de Finanças, por acordo, foi aprovado convite para que o secretário da Receita, Carlos Alberto Barreto, participe de seminário sobre economia. Mas, segundo o deputado Cláudio Puty (PT-PA), o convite só foi aprovado porque a ida de Barreto à comissão foi acertada com o próprio, em reunião que teve com integrantes da comissão na manhã desta quarta-feira (28).

Os aliados, no entanto, derrubaram requerimento de convite do presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendini, para tratar de suposta briga com Ricardo Flores, da Previ, além de convite a para audiência sobre a compra do Banco Panamericano, que incluía o ex-presidente da Caixa Econômica Federal Rafael Palladino.

Também foi barrada na Comissão de Finanças a tentativa de convocação da ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais) para tratar do Fundo de Participação dos Estados (FPE). Segundo Puty, foi feito um acordo para a realização de um seminário, no início de maio, para o qual serão convidados representantes do Ministério da Fazenda.

"Queriam convocar a Ideli para discutir o FPE, mas argumentamos que não faria sentido trazer Ideli. Fizemos um acordo para transformar o requerimento em realização de seminário", disse Puty.

Também houve ação forte dos aliados na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle. O primeiro item da pauta era um requerimento, de autoria do deputado Vanderley Macris (PSDB-SP), para a realização de uma audiência pública, com a presença da atual presidente da Petrobras, Graça Foster, e do ex-presidente da empresa Sérgio Gabriellli para tratar de denúncias envolvendo dinheiro repassado pela estatal à ONG Pangea. Segundo denúncia feita pela Revista Isto É, os recursos teriam sido destinados a campanhas do PT na Bahia.

O requerimento foi derrotado por 11 votos a 4. Macris, então, decidiu retirar de pauta outro requerimento, de convocação do ministro da Educação, Aloysio Mercadante, para tentar fazer um acordo com o governo e evitar que fosse derrotado. "Iam rejeitar também o do Mercadante. Estavam (os deputados da base) em peso na comissão. A crise viajou com a Dilma e o trator funcionou", reclamou Macris.

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