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| Foto: Daniel Guimarães/A2img/Fotos Públicas

Após virem à tona os e-mails do departamento de propina da Odebrecht que citam repasses de dinheiro a codinomes supostamente ligados a obras no estado de São Paulo, o governador Geraldo Alckmin (PSDB), por meio da Corregedoria-Geral da Administração (CGA), pediu ao juiz Sérgio Moro, em Curitiba, cópias de todos os documentos e e-mails da empreiteira utilizados na Operação Omertà, 35.ª fase da Lava Jato.

Essas anotações resgatadas pelos investigadores da Omertà citam obras do Metrô e da Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU). A Corregedoria é o órgão do estado que detém poderes para investigar, na esfera administrativa, suspeitas de irregularidades envolvendo servidores públicos estaduais, que podem ser punidos se ficarem comprovados os crimes.

A Operação Omertà prendeu o ex-ministro dos governos Lula e Dilma Antonio Palocci. A Polícia Federal suspeita que ele era o elo do PT com a empreiteira. Ele teria captado R$ 128 milhões em propinas. Seu advogado, o criminalista José Roberto Batochio, nega enfaticamente.

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Em meio às correspondências eletrônicas capturadas pelos investigadores da Omertà, há citação a empreendimentos em São Paulo. A Corregedoria de Alckmin instaurou procedimento correcional para apurar eventuais irregularidades, no dia 26 de setembro, mesma data em que o jornal “O Estado de S. Paulo” entrou em contato com o governo do Estado para questionar sobre as mensagens da Odebrecht que citam as obras em São Paulo e apontam para propinas nestes empreendimentos, segundo a Polícia Federal.

O pedido foi encaminhado no dia 30 de setembro ao juiz Moro pelo presidente da CGA, Ivan Francisco Pereira Agostinho. O juiz da Lava Jato recebeu o pedido nesta sexta-feira (7), e ainda não decidiu sobre o caso.

No dia 27 de setembro, “O Estado de S. Paulo” divulgou a sequência de e-mails de executivos da Odebrecht com pedidos de pagamentos de porcentagens referentes às obras das linhas 2 (Verde) e 4 (Amarela) do Metrô de São Paulo destinados a codinomes.

Nas mensagens, também há referência a pagamentos “relacionados a EMTU” em e-mail entre os executivos da empreiteira em 2006. O material faz parte do conjunto de 32 mensagens da empreiteira que, segundo a PF, fazem referências a pagamentos indevidos. Questionada pela reportagem, a Secretaria dos Transportes Metropolitanos não informou os valores dos contratos com a Odebrecht nas duas linhas.

Em um caso surge a alcunha Santo, cujo pedido de pagamento de R$ 500 mil em duas parcelas estaria ligado à ajuda de campanha com vistas a nossos interesses locais, segundo disse em um e-mail o diretor da Odebrecht responsável pelo contrato da Linha 4, Marcio Pellegrini.

A Lava Jato ainda não traduziu todos os codinomes destas planilhas. Por isso, os destinatários destes pagamentos não foram alvo da Operação Omertà, deflagrada no último dia 26.

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