O governador Orlando Pessuti anunciou ontem que vai pagar no fim de junho o reajuste de 5% ao funcionalismo estadual. Na mesma folha, será pago de forma retroativa o valor que já deveria ter entrado na folha de maio. Com isso, Pessuti conseguiu diminuir a pressão dos sindicalistas, que já suspenderam os protestos marcados para os próximos dias. Os sindicatos chegaram a falar que iriam "aonde Pessuti estivesse" até que ele anunciasse o pagamento dos 5%.
O reajuste do funcionalismo, que beneficia 252 mil servidores (incluindo aposentados), foi aprovado em março pela Assembleia Legislativa. Pessuti vinha afirmando que não poderia pagar por enquanto para não ultrapassar o limite de gasto com pessoal estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal.
De acordo com os cálculos anteriores feitos pelos técnicos do governo, o reajuste implicaria elevar para 53% da receita corrente líquida os gastos com pessoal. A lei afirma que o limite máximo é de 49%, e o limite prudencial (a partir do qual começam a ser aplicadas sanções contra o estado) é de 46,55%.
Os servidores tentavam convencer o governo a dar o reajuste ainda em maio, data-base da categoria, alegando que um estudo do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) revelavam erros nas contas do governo. Por esses números, mesmo com o aumento o governo não gastaria mais do que 46% com o pagamento do funcionalismo.
Ontem, o governador diz ter refeito os cálculos, agora incluindo o dinheiro que o estado terá por causa do fim da multa do Banestado. E teria chegado à conclusão de que isso permitirá que o pagamento seja feito ainda em junho.
Para os sindicatos, a medida é considerada um avanço. Embora a data-base não tenha sido cumprida pelo governo, o pagamento em junho resolveria a questão. "Vamos suspender os protestos relativos ao reajuste, que por enquanto é um assunto resolvido", afirmou ontem Marlei Fernandes de Carvalho, presidente da APP-Sindicato, que representa os professores da rede pública de ensino do Paraná. Os professores, porém, prometem manter protestos para pedir outras melhorias que o governo ainda não aceita dar. (RWG)
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