Com dificuldade de contabilizar os 172 votos para barrar o impeachment no plenário da Câmara, o Palácio do Planalto aposta agora em ausências e abstenções de deputados no domingo (17) para tentar salvar o mandato de Dilma Rousseff.
Na noite de quinta-feira (14), o Planalto estava bastante preocupado com as contas internas que, no cenário mais otimista, contabilizavam 176 votos pró-governo, uma margem bastante apertada. Mesmo assim, ministros admitiam que era “muito difícil” chegar a esse número, porque alguns deputados de partidos como PMDB, PP e PSD não estavam plenamente fechados com Dilma e não poderiam ser contabilizados como votos certos.
Dessa forma, ministros e auxiliares da presidente passaram a apostar em uma taxa de 10% de abstenções, que contam a favor da presidente, na tentativa de barrar o impedimento.
Para fazer avançar o processo de impeachment, a oposição precisa ter 342 votos. Aliados do vice-presidente Michel Temer (PMDB) contabilizavam na noite desta quinta pelo menos 363 deputados favoráveis à deposição de Dilma.
Em levantamento realizado pela Folha de S.Paulo com os 513 deputados federais, 342 deles se declararam favoráveis ao impedimento de Dilma até o começo da manhã desta sexta-feira (15).
Um dos principais articuladores da petista, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversou então com líderes de partidos e governadores para tentar fazer valer a estratégia de, caso não alcance os votos necessário, Dilma consiga sobreviver com abstenções e ausências no plenário.
Ao governador Paulo Câmara (PSB-PE), Lula pediu na manhã desta sexta (15) que o aliado tentasse tirar “dois ou três deputados” da votação de domingo.
O governador, por sua vez, explicou não há como fazer isto, visto que todos os parlamentares já viajaram a Brasília.
A ordem de Lula é “trabalhar até o último minuto de domingo” para tentar conseguir votos entre os indecisos, dissidentes de bancadas oposicionistas e eventuais ausências e abstenções.
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