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O governo brasileiro, por meio de nota divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores nesta terça-feira (23), manifestou "preocupação" com a crise entre a Coreia do Norte e a Coreia do Sul, instalada após a morte de dois militares sul-coreanos num ataque da artilharia da Coreia do Norte à ilha de Yeongpyeong, no Mar Amarelo, próximo à fronteira ocidental entre os dois países.

"O Governo brasileiro tomou conhecimento, com preocupação, dos incidentes ocorridos na ilha de Yeonpyeong, entre a República da Coréia e a República Popular Democrática da Coréia, dos quais resultaram vítimas fatais sul-coreanas", diz trecho da nota.

No texto, o governo também pede que os dois países não adotem medidas que possam agravar a situação e que aceitem a intermediação da Organização das Nações Unidas (ONU) para resolver o conflito.

"Ao solidarizar-se com as famílias das vítimas, o Governo brasileiro conclama ambas as Partes a absterem-se de medidas que possam agravar ainda mais a tensão na Península Coreana e a buscarem uma solução negociada, com participação das Nações Unidas", encerra a nota.

Lula condena ataques

Mais cedo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva condenou os ataques e defendeu o respeito à soberania de cada país.

"Por enquanto, minha palavra é de condenação a qualquer tentativa de ataque da Coreia do Norte à Coreia do Sul. A Coreia do Norte está dizendo que foi atacada primeiro. Estou há quatro horas sem informações porque estava ali ouvindo os discursos, mas vou me informar agora com o Itamaraty. De qualquer forma, a posição do Brasil é ser contra qualquer ataque a um país. Nós temos que respeitar a soberania de cada país e não permitiremos, em hipótese alguma, qualquer tentativa de transgredir a soberania de outro país", afirmou o presidente, após evento em Ribeirão Preto. 

O Exército sul-coreano revidou ao ataque e autorizou a decolagem de caças de combate F-15 e F-16 para a região. A fronteira na região é contestada, e a área já foi palco de choques mortíferos no passado.

As autoridades da Coreia do Sul qualificaram a ação como uma "clara provocação militar" e disseram que, se houver provocação similar, haverá uma "dura represália".

Já as autoridades da Coreia do Norte disseram, por intermédio da agência oficial KCNA, que apenas revidaram ao fogo sul-coreano, por volta das 13h locais (2h de Brasília), sem entrar em detalhes sobre como teria sido o ataque inicial.

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