A base do governo na Assembleia Legislativa de São Paulo atuou na quinta-feira, na primeira reunião do Conselho de Ética sobre a suposta venda de emendas parlamentares, para evitar que o deputado Roque Barbiere (PTB) vá ao órgão submeter-se às perguntas dos parlamentares e para blindar o secretário de Meio Ambiente, Bruno Covas (PSDB).

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O encontro foi secreto, a pedido do deputado Campos Machado (PTB), um dos membros do conselho. "Não vou aceitar essa questão de democracia. Isto é demagogia", disparou. A base governista, que tem maioria no conselho, aprovou a proposta por seis votos a dois. As manifestações contrárias foram dos dois petistas da comissão.

O conselho aprovou um convite para que Roque Barbiere deponha na próxima quinta-feira. Por não se tratar de uma convocação, o deputado não é obrigado a comparecer. Durante a reunião, Campos Machado propôs que Barbiere preste depoimento por escrito em um prazo de até 30 dias a partir do momento em que for notificado do convite. A proposta foi vista por alguns parlamentares como uma tentativa da base de protelar as explicações e esvaziar as denúncias.

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Durante todo o tempo, o líder do PTB insistiu que Barbiere tem de ser tratado como denunciante, e não como denunciado, o que implicaria que ele não pode vir a ser convocado a dar explicações. Como o regimento interno e o Código de Ética da Assembleia são vagos a respeito das prerrogativas do conselho, é provável que essa tese prevaleça.

Caso Covas

Simultaneamente à reunião do Conselho de Ética, o líder do PSDB, Orlando Morando, negociou a ida de Bruno Covas à Comissão de Meio Ambiente na próxima terça-feira. O secretário deverá tratar de questões relativas à sua pasta e também dos relatos que fez sobre uma tentativa de um prefeito de lhe pagar propina. A estratégia da base, neste caso, é esvaziar a necessidade de outro depoimento de Covas - no Conselho de Ética - e evitar que seu nome conste do relatório final sobre as acusações de venda de emenda. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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