R$ 300 milhões teriam sido lavados no esquema, segundo a Operação Miquéias, da Polícia Federal.
A ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais (SRI) da Presidência da República, Ideli Salvatti, demitiu ontem o assessor especial Idaílson José Vilas Boas Macedo. A decisão foi tomada após a revelação que, segundo o inquérito da Operação Miquéias, da Polícia Federal, Macedo atuava como lobista da quadrilha acusada de pagar propina a prefeitos para direcionar investimentos de fundos de pensão municipais.
Em nota, a SRI anunciou que Idaílson "está exonerado de suas funções a pa rtir da data de hoje". A ministra determinou também a abertura de sindicância para apurar as acusações contra ele.
Idaílson é filiado ao PT de Goiás e foi nomeado assessor da SRI em março do ano passado. Segundo a PF, intermediava negociações entre prefeitos e um "pastinha", como são chamados os aliciadores do esquema. Negociações teriam ocorrido dentro do Palácio do Planalto. Idaílson não foi localizado para comentar o assunto.
Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, a Polícia Federal chegou a pedir a prisão do assessor de Ideli, além do bloqueio de suas contas bancárias e de buscas em sua casa. O pedido de prisão foi negado pela Justiça.
Para a PF, que flagrou transações de Idaílson em grampos, há uma "intrínseca" relação entre ele e a organização criminosa. O assessor teria atuado, por exemplo, para facilitar o acesso do "pastinha" Almir Bento aos prefeitos de Itaberaí (GO) e Pires do Rio (GO).
Em uma das ligações interceptadas, Almir Bento marca encontro entre Idaílson e o prefeito de Pires do Rio (GO) dentro do Planalto, orientando-o a falar apenas de "assuntos técnicos". "Fala de projetos, essas coisas", afirmou Bento, segundo transcrição da PF.
O inquérito diz ainda que o aliciador se apresentava como integrante da Casa Civil. "Os diálogos interceptados não deixam dúvidas de que Idaílson atuava em favor da organização criminosa em comento, intermediando encontros entre prefeitos especialmente dos municípios de Pires do Rio e Itaberaí, ambos localizados no estado de Goiás , e a organização criminosa em comento", sustenta a PF. Com trânsito no Planalto, Idaílson integrou comitiva da presidente Dilma Rousseff em viagem a Salvador, neste ano, segundo o inquérito.
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