A ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, demitiu o assessor após as denúncias da Polícia Federal| Foto: Antônio Cruz/ABr

R$ 300 milhões teriam sido lavados no esquema, segundo a Operação Miquéias, da Polícia Federal.

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A ministra-chefe da Se­­­­cre­­­­taria de Relações Ins­­­­titucionais (SRI) da Pre­­­­sidência da República, Ideli Salvatti, demitiu ontem o assessor especial Idaílson José Vilas Boas Macedo. A decisão foi tomada após a revelação que, segundo o inquérito da Operação Miquéias, da Polícia Federal, Macedo atuava como lobista da quadrilha acusada de pagar propina a prefeitos para direcionar investimentos de fundos de pensão municipais.

Em nota, a SRI anunciou que Idaílson "está exonerado de suas funções a pa rtir da data de hoje". A ministra determinou também a abertura de sindicância para apurar as acusações contra ele.

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Idaílson é filiado ao PT de Goiás e foi nomeado assessor da SRI em março do ano passado. Segundo a PF, intermediava negociações entre prefeitos e um "pastinha", como são chamados os aliciadores do esquema. Negociações teriam ocorrido dentro do Palácio do Planalto. Idaílson não foi localizado para comentar o assunto.

Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, a Polícia Federal chegou a pedir a prisão do assessor de Ideli, além do bloqueio de suas contas bancárias e de buscas em sua casa. O pedido de prisão foi negado pela Justiça.

Para a PF, que flagrou transações de Idaílson em grampos, há uma "intrínseca" relação entre ele e a organização criminosa. O assessor teria atuado, por exemplo, para facilitar o acesso do "pastinha" Almir Bento aos prefeitos de Itaberaí (GO) e Pires do Rio (GO).

Em uma das ligações interceptadas, Almir Bento marca encontro entre Idaílson e o prefeito de Pires do Rio (GO) dentro do Planalto, orientando-o a falar apenas de "assuntos técnicos". "Fala de projetos, essas coisas", afirmou Bento, segundo transcrição da PF.

O inquérito diz ainda que o aliciador se apresentava como integrante da Casa Civil. "Os diálogos interceptados não deixam dúvidas de que Idaílson atuava em favor da organização criminosa em comento, intermediando encontros entre prefeitos — especialmente dos municípios de Pires do Rio e Itaberaí, ambos localizados no estado de Goiás —, e a organização criminosa em comento", sustenta a PF. Com trânsito no Planalto, Idaílson integrou comitiva da presidente Dilma Rousseff em viagem a Salvador, neste ano, segundo o inquérito.

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