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O governador Roberto Requião (PMDB) barrou ontem a votação do projeto do próprio governo que cria a região metropolitana de Cascavel com o argumento de que a mensagem foi distorcida pelos deputados da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). O cargo de coordenador da região, no entanto, foi mantido. Antes mesmo de ser aprovado o projeto, a Assembléia Legislativa autorizou o governo nesta semana a criar quatro coordenadorias, em Londrina, Maringá, Curitiba e Cascavel, além de dois assessores especiais, todos com vencimentos mensais de quase R$ 12 mil.No texto original, a região metropolitana de Cascavel seria composta por 28 municípios, mas um substitutivo aprovado na CCJ, de autoria do deputado Reni Pereira (PSB), que representa Foz do Iguaçu, aumentou a abrangência para 50 cidades, formando a região metropolitana do Oeste do Paraná. A CCJ também fez outra alteração no projeto e incluiu uma emenda aditiva autorizando a criação da região metropolitana de Ponta Grossa. As modificações irritaram o governador. Enquanto o assunto estava sendo discutido na sessão de ontem, Requião telefonou para o presidente da Assembléia Legislativa, Hermas Brandão (PSDB), pedindo a retirada imediata da pauta. "Ele disse que teria de ser um projeto para cada região – Cascavel e Foz – e de iniciativa do Poder Executivo", disse Brandão. O governador também decidiu impedir a votação porque outros deputados estariam se preparando para apresentar emendas criando regiões metropolitanas em vários municípios, o que seria inviável para o estado.A região metropolitana de Cascavel estava prevista para ser a última implantada pelo governo. Londrina, Maringá e Curitiba já estão autorizadas por lei a implantar áreas integradas. A proposta de aumentar a abrangência da região de Cascavel de 28 para 50 municípios provocou polêmica e dividiu os deputados. Além da inclusão de mais cidades, o autor do substitutivo, Reni Pereira, retirou a exigência da sede da região ser em Cascavel. O deputado acredita na viabilidade de ações regionais planejadas mesmo com uma área maior. "Se o coordenador for um técnico, a região terá grandes benefícios porque receberá um planejamento regional na área de infra-estrutura, saneamento, coleta de lixo e transporte coletivo", afirmou.Para os governistas, a idéia não deve ter resultados práticos. "Poderia ser criado um pólo regional para o governo destinar recursos, um planejamento conjunto, mas está mal conceituada como região metropolitana", disse o deputado José Maria Ferreira (PMDB), que defendeu o projeto original e votou contra a proposta na CCJ.InócuoA oposição duvida que haja vantagem na proposta do governo de criar regiões metropolitanas. "Só estão sendo criadas para atender as pessoas que perderam a eleição e não as necessidades dos municípios", disse o deputado Marcos Isfer (PPS).Antes do governo retirar o projeto de pauta, o líder da oposição, Valdir Rossoni (PSDB), estava prevendo que o governador vetaria o próprio projeto argumentando que teria sido modificado pela Assembléia. "Mas fez pior que isso, retirou a mensagem, o que prova que não há intenção verdadeira de criar região metropolitana em lugar nenhum, só cargos", afirmou.O deputado governista Edson Strapasson (PMDB), ex-coordenador da Comec, não descarta a possibilidade de o governo enviar uma nova mensagem à Assembléia criando uma região metropolitana para cada município – Foz e Cascavel. "Se não for criar não há porque nomear ninguém no cargo de coordenador." (KC)

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