Não é prerrogativa do Governo Dilma a inadequação do número de ministérios na história brasileira e seus presidentes. O excessivo número de ministérios, secretarias especiais e demais órgãos da Presidência é historicamente inadequado, burocraticamente negativo, ineficiente e ineficaz. O Brasil fica igualado aos países mais vetustos e antiquados em termos de administração pública.
Desde a década de 50 já se escreve, discute e aplica-se o conceito da Teoria da Nova Administração Pública (New Public Management). Ela pressupõe aplicar nas organizações públicas os modelos de gestão originalmente oriundos da iniciativa privada e dos conceitos de administração estratégica focada nos resultados, no empreendedorismo e na qualidade de vida dos cidadãos, requerendo do governo: reestruturação; reengenharia; reinvenção; realinhamento; e reconceituação.
“Se comparados às organizações Privadas, é como se tivessem cerca de 40 vice-presidentes e diretores, o que é praticamente impossível de acomodar efetivamente tantos gestores de alta administração.”
E nas últimas décadas, atualizando essa teoria, têm-se escrito, discutido e aplicado o conceito de “inteligência pública” onde os governos se dedicam a: inovação; criatividade; qualidade; produtividade; efetividade; perenidade; sustentabilidade financeira; modernidade; inteligência competitiva; e gestão do conhecimento dos gestores públicos e dos cidadãos.
Na contramão dos conceitos de “new public management” e de “inteligência pública” os governos brasileiros (em todos os escalões: municipal, estadual e federal), em especial o governo Dilma, tem se excedido no número de “ministérios” que chegam próximo de 40 unidades.
Se comparados às organizações privadas, é como se tivessem cerca de 40 vice-presidentes e diretores, o que é praticamente impossível de acomodar efetivamente tantos gestores de alta administração.
Provocativamente, um organograma nessa condição, seja governo (municipal, estadual ou federal) ou organização privada, pode ser considerado um “conjunto de caixinhas para conformar pessoas e seus indicados”.
Tais excessos facilitam a corrupção e a empregabilidade questionável, pois as posições em todos os escalões do governo não podem ser formas de pagamento de campanha de eleições e de indicações políticas como “cabides de incompetentes”. Muitas dessas 40 unidades funcionam parcialmente à custa de competentes servidores públicos concursados e dedicados ao nosso Brasil.
Indubitavelmente a gestão pública precisa ser revista com base nos princípios, teorias e práticas da Ciência da Administração. E ainda adaptada com base nos países com boas práticas públicas e com cidadãos e gestores públicos ativos e conscientes de seu papel com cidadania participativa (e não de reclamação constante) e de atuação pública com ética e responsabilidade.
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