A CPI dos Bingos no Senado será palco nesta terça-feira de uma guerra de requerimentos de convocação de testemunhas. Governo e oposição preparam nos bastidores um duelo com o objetivo de direcionar as investigações. O mais novo ataque partirá do PFL, que vai propor a convocação do juiz João Carlos da Rocha Mattos, preso em São Paulo por negociar sentenças judiciais.
Nas últimas semanas, Rocha Mattos tem dito ter informações sobre o assassinato do prefeito de Santo André, Celso Daniel, em 2002. O juiz teve em seu poder escutas telefônicas feitas nos meses seguintes ao crime que, segundo ele, comprometem o chefe de gabinete do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Gilberto Carvalho. Nas fitas, disse o juiz, Carvalho revela que orientou o depoimento de testemunhas do caso à Polícia Civil e que mostrou preocupação com as buscas feitas no apartamento de Celso Daniel.
Nesta terça-feira, a CPI vai votar uma enxurrada de requerimentos. A oposição vai tentar emplacar as convocações do ministro da Fazenda, Antonio Palocci, de seu irmão, Adhemar Palocci, e a acareação entre Gilberto Carvalho e os irmãos de Celso Daniel, João Franciso e Bruno Daniel. Os irmãos acusam o chefe de gabinete de Lula de ter confessado a eles um esquema de cobrança de propina em Santo André. Carvalho nega.
Já o governo quer trazer para a CPI o escândalo de manipulação de resultados no futebol para fazer fortuna em bolsas de apostas clandestinas. Para isso, propôs a convocação do árbitro Edílson Pereira de Carvalho e do empresário Nagib Fayad, o Gibão, apontado como o operador do esquema. A oposição, que tem maioria, acusa o governo de tentar desviar o foco da comissão.
A situação piorou com a insistência do senador Romeu Tuma (PFL-SP) de requerer os contratos de lixo de prefeituras petistas no interior de São Paulo. O governo deu o troco pedindo os contratos de todas as prefeituras daquele estado, o que provocaria um impasse logístico. Apesar do clima de guerra, os dois lados ainda tentarão um acordo na manhã desta terça-feira.
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