Enquanto monta uma estratégia de sobrevivência política para contornar as denúncias de corrupção, o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, começa a enfrentar também movimentos grevistas. A mobilização já envolve quase 8 mil servidores públicos e duas categorias são da área de segurança: policiais civis e agentes penitenciários.
Os primeiros a entrar em greve foram os agentes penitenciários. No fim da semana passada, aderiram os policiais civis. Amanhã, os metroviários vão parar. Segundo entidades do funcionalismo, só 30% das três categorias continuam trabalhando.
As negociações com o governo prosseguem, independentemente das dúvidas quanto ao futuro político do governador. As denúncias que levaram à Operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal, não atingiram o secretário de Segurança Pública, Valmir Lemos de Oliveira, e o diretor-presidente do Metrô-DF, José Gaspar de Souza.
Os líderes das greves admitem que estão aproveitando a fragilização política do governo, mas também sabem que, dependendo do desfecho da crise, a única solução será voltar ao trabalho. "Se percebermos que estamos batendo num corpo indolor, podemos suspender o movimento", admitiu o presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Distrito Federal, Wellington Luiz de Sousa.Os policiais querem a reestruturação da carreira e aumento dos salários de até 14%. As consequências da greve da polícia aumentam com a paralisação dos agentes penitenciários. A escolta de presos para tribunais está suspensa, assim como as visitas e audiências com advogados. Os 850 agentes querem aumento imediato dos salários. Atualmente, a média salarial é de R$ 1.500.As exigências dos servidores do metrô não envolvem reajuste salarial. Eles querem a suspensão do processo de terceirização do atendimento nas bilheterias e a convocação dos candidatos aprovados no último concurso. Segundo o coordenador-geral do Sindimetrô, Solano Teodoro, a contratação de empresa privada para a cobrança das passagens custará R$ 1,6 milhão aos cofres públicos.Integrantes do governo apontaram motivações políticas nas paralisações, especialmente dos policiais civis. Isso porque os líderes do movimento são ligados ao ex-governador Joaquim Roriz, inimigo político de Arruda e próximo de Durval Barbosa, autor dos vídeos que comprometeram o governo. "Esse movimento é mais antigo, independe dos escândalos", afirma Wellington Sousa.
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